‘Shutdown’: Congresso não aprova orçamento, e governo dos EUA deve ser paralisado


O Capitólio dos EUA em 30 de setembro de 2025
Alex Wroblewski/AFP
O governo dos Estados Unidos deve entrar em paralisação nesta quarta-feira (1º) após o Congresso não conseguir aprovar um projeto orçamentário para estender o financiamento federal. Com isso, uma série de serviços públicos poderá ser suspensa.
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Na noite desta terça-feira (30), senadores tentaram aprovar o orçamento, mas a última proposta discutida recebeu apenas 55 dos 60 votos necessários. Em seguida, o Senado encerrou a sessão, indicando que retomará os trabalhos apenas na quarta-feira.
O Congresso tem até as 23h59 desta terça-feira para aprovar o texto. Mesmo que o Senado reabra os trabalhos e consiga os votos necessários antes desse horário, o projeto ainda precisaria passar pela Câmara antes de ser enviado para sanção de Trump. Atualmente, os deputados não estão em sessão.
No centro do impasse que deve resultar na paralisação está a saúde. Os democratas afirmam que só aprovarão o orçamento se programas de benefícios médicos prestes a expirar forem prolongados.
Já os republicanos de Trump defendem que saúde e financiamento federal sejam tratados separadamente. Eles acusam os democratas de usar o orçamento como moeda de troca para atender demandas próprias antes das eleições legislativas de 2026, que definirão o controle do Congresso.
Na segunda-feira (29), lideranças democratas e republicanas se reuniram com o presidente Donald Trump na Casa Branca para tentar negociar uma saída. As conversas não avançaram, e ambos passaram a se acusar de forçar a paralisação do governo.
A crise ganhou novos contornos nesta terça-feira com as ameaças do presidente. Trump afirmou que poderia demitir servidores e encerrar programas ligados aos democratas caso o governo fosse paralisado.
“Vamos demitir muita gente. E eles serão democratas”, disse.
Com a paralisação, apenas serviços considerados essenciais continuarão funcionando, como segurança pública, fiscalização de fronteiras e parte do controle aéreo. Veja os impactos mais abaixo.
A última paralisação ocorreu entre 2018 e 2019, durante o primeiro mandato de Trump, e durou 35 dias. Na época, o impasse foi provocado pela proposta do presidente de financiar um muro na fronteira com o México. O custo estimado da crise foi de US$ 3 bilhões, cerca de 0,02% do PIB.
Impactos
Aviões estacionados no aeroporto de LaGuardia, em Nova York
Reuters
Com o governo impedido de gastar, milhares de servidores públicos serão colocados em licença, enquanto outros, que trabalham em serviços essenciais, podem ter os salários suspensos. A remuneração será paga de forma retroativa quando o orçamento for normalizado.
✈️ O “shutdown” também pode afetar turistas. Companhias aéreas alertam que atrasos em voos são prováveis nos próximos dias.
A Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) informou que 11 mil funcionários serão enviados para casa.
Durante a paralisação, 13 mil controladores de tráfego aéreo terão de continuar trabalhando sem receber salário.
Atualmente, os EUA enfrentam déficit de cerca de 3.800 controladores.
O shutdown de 2019 provocou filas maiores nos pontos de controle dos aeroportos. Na época, as autoridades reduziram o tráfego aéreo em Nova York.
Ainda no setor do turismo, parques nacionais, museus e zoológicos federais também podem fechar ou ter serviços internos suspensos.
💸 Para os moradores, alguns serviços continuarão funcionando, como o pagamento de aposentadorias e benefícios de invalidez, além de programas de saúde.
O Serviço Postal seguirá operando, já que não depende do orçamento do Congresso.
Programas de assistência alimentar funcionando podem continuar enquanto houver recursos.
Tribunais federais e a Receita Federal podem ter operações limitadas se a paralisação se prolongar.
🚨 Em relação à segurança, agentes do FBI, da Guarda Nacional e de outras forças federais continuarão trabalhando, assim como patrulhas de fronteira e fiscalização de imigração.
No Pentágono, mais da metade dos 742 mil funcionários civis será afastada.
Visitas de chefes de Estado ou autoridades estrangeiras previstas durante a paralisação devem ser canceladas.
Cerca de 2 milhões de militares americanos permanecerão em seus postos.
Contratos fechados antes do início do shutdown seguem válidos, e o Departamento de Guerra poderá solicitar suprimentos para garantir a segurança nacional.
A paralisação também pode atrasar a divulgação de dados econômicos importantes, afetando políticas públicas e investidores, além de limitar empréstimos e serviços para pequenas empresas.
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