Trump manda investigar frigoríficos americanos por aumentarem preço da carne bovina


Trump
ROBERTO SCHMIDT / AFP
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta sexta-feira (7) que pediu ao Departamento de Justiça (DOJ) para investigar as empresas frigoríficas do país que, segundo ele, estão elevando o preço da carne bovina.
“Pedi ao DOJ que inicie imediatamente uma investigação sobre as empresas frigoríficas que estão elevando o preço da carne bovina por meio de conluio ilícito, fixação de preços e manipulação de preços”, disse Trump em publicação no Truth Social, sem mencionar os nomes das empresas.
Trump disse ainda que os preços do gado têm caído “substancialmente”, mas o preço da carne embalada subiu.
“Portanto, sabe-se que há algo de suspeito. Vamos descobrir a verdade muito rapidamente. Se houver crime, os responsáveis pagarão um preço alto!”, declarou.
A Procuradora-Geral do país, Pamela Bondi, disse que a investigação já está em andamento.
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Pecuaristas insatisfeitos
Os pecuaristas norte-americanos criticam Trump desde outubro, depois do presidente americano sugerir que o país importe mais carne bovina da Argentina.
Na ocasião, Trump disse que usaria a medida para reduzir os preços da carne bovina nos EUA, que atingiram níveis recordes.
Os produtores viram o comentário como uma ameaça no momento em que lucram com os preços altíssimos do gado e com a forte demanda de consumidores americanos.
Trump respondeu às críticas nas redes sociais e disse que eles estão em uma boa condição econômica graças ao tarifaço imposto ao Brasil e outros países.
“Os pecuaristas, que eu amo, não entendem que a única razão pela qual estão indo bem, pela primeira vez em décadas, é porque eu impus tarifas sobre o gado que entra nos EUA, incluindo uma tarifa de 50% sobre o Brasil”, disse Trump em sua rede social.
Menos gado no pasto
Os estoques de gado dos EUA em janeiro caíram para o nível mais baixo em quase 75 anos, após os fazendeiros reduzirem seus rebanhos devido a uma seca de anos que queimou as terras de pastagem e aumentou os custos de alimentação.
O fornecimento ficou ainda mais restrito porque os EUA suspenderam, desde maio, a maioria das importações de gado mexicano em meio a preocupações com a disseminação para o norte da bicheira-do-Novo-Mundo, uma praga carnívora que infesta o gado.
Além disso, em agosto, os EUA aplicaram uma tarifa de 50% sobre diversos produtos brasileiros exportados para o país, incluindo carne.
O Brasil é o principal fornecedor de carne para a indústria norte-americana. É a carne que vira hambúrguer, por exemplo.
Apesar de os EUA também serem grandes produtores de carne, ainda precisam importar o alimento para suprir a demanda dos seus consumidores.
Mesmo com todos esses problemas, a demanda dos consumidores se manteve firme, fazendo com que os preços nos supermercados aumentassem.

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