
Produtores de lichia no interior de São Paulo estão otimista com a produção neste ano
Reprodução/TV TEM
Considerada uma fruta exótica de origem chinesa, a lichia vem ganhando espaço no interior de São Paulo. As colheitas já começaram e, entre as características marcantes, além da casca rugosa, está a coloração rosa e avermelhada.
Em Mirandópolis (SP), a família do produtor Julio Shimazaki, cultiva a fruta há 35 anos. A aposta da propriedade é em uma variedade vinda da Tailândia, que permite uma colheita precoce e que seja mais forte em relação ao calor sem precisar do frio.
“A principal característica desse fruto é a precocidade, pois eu consigo colher 30 dias antes de qualquer outra propriedade de lichia do Brasil. Além disso, ela é mais doce e tem uma cor vibrante, que atrai o consumidor”, comenta Julio.
Neste ano, o produtor aguarda uma produção maior em relação ao ano de 2024, em que a propriedade conseguiu colher apenas 100 quilos. Agora, a expectativa é que sejam colhidos 4 mil quilos do fruto. Tudo isso graças ao clima que foi mais favorável à safra.
Julio também cultiva uma variedade chinesa chamada Souey Tung. Essa espécie do fruto exige um manejo mais cuidadoso. É necessário proteger com papéis para que as pragas e o sol não atinjam o fruto. Essa medida também traz mais qualidade e redução no uso de agrotóxicos.
O cuidado segue também na hora de colher e embalar o fruto. O produtor explica que “é uma fruta delicada, não pode ser jogada, nem bater. A sacola tem que ser macia, para evitar o esmagamento”. Com o passar do tempo a casca da lichia perde sua coloração e fica com uma tonalidade marrom, mas isso não significa que ela esteja estragada.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), o estado de São Paulo lidera a produção de lichia. Em 2024, o país registrou alta de 12% na colheita, totalizando mais de 6 mil toneladas.
A 40 quilômetros da propriedade de Júlio, em Lavínia (SP), o produtor Edson Matsunaka, está aguardando a época certa da colheita e maturação dos frutos. O frio mais intenso atrasou o desenvolvimento, mas trouxe boas expectativas.
“Esse ano atrasou quase 30 dias, mas acredito que a produção será a maior dos últimos 22 anos. Espero colher entre 9 e 10 mil quilos de lichia”, diz Edson.
O engenheiro agrônomo Gilberto Watanabe, explica que as noites frias ajudaram a floração da lichia, mas ao mesmo tempo retardou a maturação do fruto. Mas, em meio a tudo isso, ele garante que a expectativa é positiva.
“Esse ano a produção será muito melhor, com o retorno financeiro alto. E como a colheita coincide com as festas de fim de ano, que é o período de maior consumo, o produtor deve ter bons resultados”, afirma.
O quilo da lichia está sendo vendido a R$60, um valor que é considerado excelente. E, com o aumento da oferta e da procura, que é puxado pelo início das festas, o mercado vai aquecer ainda mais, o que deixa otimista os produtores paulistas.
Veja a reportagem exibida no programa em 09/11/2025:
Produtores de lichia estão otimistas com a safra
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