Guarda compartilhada supera guarda exclusiva da mãe, segundo pesquisa do IBGE
Após dois anos consecutivos de queda na mortalidade no Brasil, o número de óbitos voltou a subir, segundo as Estatísticas do Registro Civil de 2024, divulgadas nesta quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o levantamento, foram registrados 1.495.386 óbitos em 2024, o que representa um aumento de 4,6% em relação a 2023 — um acréscimo de 65.811 mortes. A alta ocorre depois das reduções verificadas em 2022 e 2023, que sucederam os picos atípicos de mortalidade de 2020 e 2021, durante a pandemia de COVID-19.
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Envelhecimento populacional explica avanço dos óbitos
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Segundo Klivia Brayner de Oliveira, demógrafa e uma das técnicas responsáveis pela pesquisa, o aumento de mortes é esperado, depois de dois anos consecutivos de quedas, decorrente da diminuição dos casos da pandemia.
O IBGE também explica esse aumento pelo envelhecimento da população. Com menos nascimentos e maior longevidade, o país concentra cada vez mais pessoas em faixas etárias em que o risco de morte é naturalmente mais elevado:
“Em 2024, houve esse aumento, mas a gente tem que considerar que a população está envelhecendo. Então, com o envelhecimento da população, a probabilidade dessa população mais envelhecida morrer vai sendo maior. Tanto é que o aumento no número de óbitos é principalmente na faixa etária dos idosos com 70 anos ou mais.”
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Em 2024, pessoas com 60 anos ou mais responderam por 72% de todos os óbitos registrados. O número de mortes nessa faixa etária aumentou 5,6% na comparação com o ano anterior.
População brasileira segue envelhecendo
A tendência de elevação da idade média da população brasileira é impulsionada sobretudo pela queda no número de nascimentos. A idade média, que era de cerca de 28 anos em 2000, alcançou aproximadamente 35 anos em 2024, consolidando o processo de envelhecimento populacional.
Ainda segundo o IBGE, 96,6% do crescimento total dos óbitos corresponde a mortes por causas naturais, reforçando o impacto do envelhecimento na estatística.
Veja outros destaques das Estatísticas do Registro Civil:
Foram registrados 948.925 casamentos civis em 2024; entre eles, 12.187 foram entre pessoas do mesmo sexo;
Nos casamentos entre pessoas do mesmo sexo, a idade média ao casar era de 34 anos entre homens e 32 anos entre mulheres. Nos casamentos entre pessoas de sexo diferentes, a idade média de mulheres é de 29 anos, e a de homens, 31;
O número de nascimentos registrados caiu pelo sexto ano consecutivo: foram mais de 2,3 milhões de registros, uma queda de 5,8% em relação ao ano anterior;
Em 2004, mais da metade dos nascimentos vinham de mães com menos de 24 anos de idade; 20 anos depois, eles representam 35% dos nascimentos;
Os cartórios e tabelionatos informaram 428.301 divórcios em 2024, sendo 82% judiciais e 18% extrajudiciais, quantidade 2,8% menor que em 2023. A última vez que o número de divórcios caiu foi entre 2019 e 2020;
A decisão pela guarda compartilhada dos filhos menores de idade nos divórcios superou pela primeira vez as sentenças em que a guarda fica com a mãe: 45% ante 43% das decisões.

