Em meio a guerra comercial, Brasil bate recorde em exportações de soja e amendoim para a China


Produção de soja em Rio Verde (GO)
Acervo
Em meio à guerra comercial entre Estados Unidos e China, o Brasil bateu o recorde de exportação de soja e de amendoim para o país asiático em 2025.
No caso do amendoim, segundo dados da Abex-BR (Associação Nacional de Exportadores de Amendoim), foram 63 mil toneladas exportadas para a China entre janeiro e novembro deste ano.
Este número representa um aumento de mais de 2.600% em relação ao exportado pra China nos últimos dois anos somados.
Entre setembro de 2022, quando a importação chinesa de amendoim brasileiro começou, e dezembro de 2024, foram 2.316 toneladas exportadas.
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“Foi por conta da guerra comercial. Normalmente a China comprava cerca de 300 mil toneladas por ano dos Estados Unidos de amendoim com casca, para produzir óleo”, explica o vice-presidente da Abex-BR, Pablo Rivera.
Os maiores compradores do amendoim brasileiro eram Rússia e o bloco da União Europeia. Neste ano, a China ultrapassou ambos.
Também houve um aumento de 170% exportação brasileira de óleo bruto de amendoim. Desse total, 90% foi puxado pela compra chinesa.
Soja
As exportações de soja para a China também bateram um recorde histórico em 2025: entre janeiro e novembro, foram 80,9 milhões de toneladas.
Até então, 2023 havia sido o ano com o maior volume exportado para a China: 75,5 milhões de toneladas. Os dados são da Associação Nacional de Exportadores de Cereais (Anec).
A compra chinesa deve, inclusive, fazer o Brasil bater o recorde geral de exportação de soja. Estão previstas, até o final do ano, cerca de 105 milhões de toneladas — 80% deste total direcionados à China, que há duas décadas já é o maior importador da soja nacional.
Em 2026, há a previsão de início de exportação de outro cereal para a China: o sorgo. Ele é utilizado principalmente para ração animal, na indústria alimentícia e na de bebidas.
O engenheiro agrônomo da Anec Wallas Ferreira explica que a compra de sorgo vindo dos Estados Unidos pela China foi reduzida em 90%, e por isso o interesse do país asiático no produto brasileiro.
“O protocolo entre os dois países foi assinado, falta a safra de 2025 ser aprovada”, explica Ferreira.

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