Na véspera, a moeda norte-americana recuou 0,99%, cotada a R$ 5,4985. Já a bolsa fechou em alta de 0,99%, aos 137.114 pontos. Com derrubada do aumento do IOF, economistas apontam caminhos para reduzir gastos e equilibrar contas públicas
O dólar abriu a sessão desta sexta-feira (27) em queda de 0,31%, cotado a R$ 5,4815 perto das 09h05. Na mínima do dia, chegou a R$ 5,4790. As negociações no Ibovespa, por sua vez, só começam a partir das 10h.
▶️Com uma agenda recheada nesta sexta-feira, investidores acompanham a divulgação de vários indicadores econômicos no Brasil e nos Estados Unidos.
Por aqui, o destaque fica com o IGP-M e os novos dados de desemprego da Pnad Contínua, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já no exterior, a atenção fica com o núcleo do índice de preços norte-americano PCE, considerado referência para o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA).
▶️ Além disso, o mercado ainda repercute a decisão do Congresso de derrubar o projeto que aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Como mostrou o g1, a redução da arrecadação e a resistência do Congresso devem levar a novos cortes no Orçamento, e investidores aguardam qual será o posicionamento do governo para a situação.
▶️ Lá fora, o fim do prazo de suspensão do tarifaço de Donald Trump também segue no radar. O número de acordos firmados ainda é baixo e reacende preocupações com a guerra comercial.
Veja abaixo como esses fatores impactam o mercado.
💲Dólar
a
Acumulado da semana: -0,48%;
Acumulado do mês: -3,84%;
Acumulado do ano: -11,02%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: -0,58%;
Acumulado da semana: 0,00%;
Acumulado do mês: +0,06%
Acumulado do ano: +13,99%.
De olho no IOF
O Congresso Nacional derrubou o decreto presidencial que alterava as regras e aumentava a cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Desde o início, a proposta enfrentou forte resistência no Legislativo.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), incluiu o projeto na pauta da noite de terça-feira (24) e acelerou sua tramitação. O texto foi aprovado por 383 votos a 98 e, poucas horas depois, confirmado pelo Senado.
Segundo a equipe econômica, a derrubada dos decretos deve causar uma redução de R$ 10 bilhões na arrecadação neste ano. Especialistas consultados pelo g1 alertam que a decisão deve levar o governo a aplicar novos bloqueios e contingenciamentos no Orçamento 2025.
De acordo com o blog do Camarotti, integrantes do Palácio do Planalto avaliam que a derrota no Congresso foi resultado de uma articulação inédita entre Hugo Motta e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
A avaliação no governo é que essa união fortalece o Legislativo tanto nas negociações com o Planalto quanto diante do Supremo Tribunal Federal. Motta e Alcolumbre, inclusive, planejam comparecer juntos a uma audiência para tratar da liberação de emendas parlamentares.
Guerra comercial e pressão no Fed
Com a situação no Oriente Médio mais estável, o foco agora se volta para a guerra comercial provocada por Donald Trump. A suspensão de 90 dias do tarifaço está prestes a expirar, e os investidores aguardam possíveis novos acordos por parte dos EUA.
🔎 O mercado avalia que o aumento das tarifas sobre importações pode encarecer os preços ao consumidor e os custos de produção, pressionando a inflação e reduzindo o consumo. Isso pode resultar em uma desaceleração da economia dos EUA e até uma recessão global.
Diante desse cenário, as declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, continuam no centro das atenções. Na terça-feira, ele reiterou que aguardará novos estudos sobre os possíveis impactos do tarifaço de Trump na inflação dos EUA antes de decidir sobre os rumos da taxa de juros.
“Os aumentos de tarifas neste ano provavelmente elevarão os preços e pesarão sobre a atividade econômica”, afirmou Powell durante depoimento perante o Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos EUA. Nesta quarta-feira, ele reiterou o discurso ao Senado norte-americano.
A postura de Powell tem gerado duras críticas do presidente Donald Trump. Na terça-feira, ele o chamou de “burro” e “teimoso” em publicações nas redes sociais.
Nesta quarta-feira, a tensão aumentou. Segundo o jornal “The Wall Street Journal”, Trump tem cogitado substituir o comando do Fed antes do fim do mandato de Powell. A possibilidade tem gerado preocupação entre investidores quanto à preservação da autonomia do BC americano.
Dólar atinge a segunda maior cotação da história: R$ 5,86
Reprodução/TV Globo