Dólar abre em alta nesta quarta-feira, à espera de novas decisões de juros no Brasil e nos EUA


PIB do Brasil pode perder até R$ 175 bilhões com tarifa de 50% de Trump, diz estudo
O dólar abriu a sessão desta quarta-feira (30). As negociações no Ibovespa, por sua vez, só começam às 10h.
Investidores aguardam novas decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos, em busca de novos sinais sobre a inflação e o futuro das taxas de juros. Os desdobramentos do tarifaço imposto pelo presidente Donald Trump também fica no radar.
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▶️ O principal destaque da sessão fica com a Superquarta — quando os bancos centrais do Brasil e dos EUA anunciam decisões de juros no mesmo dia. A expectativa é que as instituições mantenham suas taxas inalteradas e deem novos sinais sobre o que esperam à frente, principalmente em relação aos possíveis efeitos do tarifaço nos preços e na política monetária.
▶️Além disso, as negociações entre Brasil e EUA também seguem sem avanço e continuam a preocupar o mercado, às vésperas do tarifaço. Nesta semana, o vice-presidente, Geraldo Alckmin, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltaram a dizer que o governo segue tentando manter o diálogo com os americanos, mas já iniciou a elaboração de um plano de contingência.
Segundo o blog do Gerson Camarotti, interlocutores do governo afirmaram que o presidente Lula (PT) está disposto a telefonar para Trump para tratar do tema, caso haja abertura para o diálogo.
No entanto, o clima no Palácio do Planalto é de pessimismo. A avaliação é que a Casa Branca só deve iniciar conversas após a entrada em vigor das tarifas, prevista para 1º de agosto.
Entenda a dificuldade do governo para negociar tarifaço com os EUA
▶️ Na agenda econômica, investidores também repercutem uma série de balanços corporativos no Brasil e no exterior. Novos dados de atividade nos EUA e na Europa também seguem sob os holofotes.
Veja abaixo como esses fatores impactam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar

a
Acumulado da semana: +0,14%;
Acumulado do mês: +2,49%;
Acumulado do ano: -9,88%.
📈Ibovespa

Acumulado da semana: -0,60%;
Acumulado do mês: -4,41%;
Acumulado do ano: +10,34%.
Tarifaço segue na mira
Com a proximidade do prazo final de 1º de agosto para o tarifaço anunciado por Donald Trump, as negociações comerciais voltam ao centro das atenções do mercado financeiro nesta semana.
Após o novo acordo entre os EUA e a União Europeia, anunciado no domingo (27), as atenções se voltam para a China. Autoridades dos dois países se encontram em Estocolmo para tentar resolver as disputas comerciais das duas maiores economias do mundo.
Atualmente, a China tem até 12 de agosto para firmar um tratado tarifário duradouro com o governo Trump. O prazo foi definido após acordos preliminares entre Pequim e Washington em maio e junho, que buscavam encerrar semanas de escalada tarifária e disputas envolvendo minerais de terras raras.
A expectativa, agora, é que os dois países concordem em estender a trégua tarifária por mais 90 dias, o que evitaria uma nova escalada das tensões e facilitaria o planejamento de uma possível reunião entre Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, no segundo semestre.
Após o encontro entre EUA e China em Estocolmo, nesta terça-feira, o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, afirmou que o tom geral das reuniões foi “muito construtivo”.
Já o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, afirmou que se uma prorrogação da trégua é uma opção a ser aprovada, mas indicou que ficará a cargo de Trump dar o aval.
“Nós informaremos a ele o processo que tivemos aqui. Tivemos reuniões construtivas, com certeza, para voltarmos com um relatório positivo. Mas a extensão da pausa, ele [Trump] decidirá”, afirmou.
E o Brasil?
A proximidade da entrada em vigor das tarifas de Trump também eleva a preocupação com a situação do Brasil. As negociações com os EUA não avançaram até o momento, e investidores seguem cautelosos quanto à resposta brasileira.
Na segunda-feira (28), o blog do Valdo Cruz indicou que o acordo entre os EUA e a União Europeia diminui ainda mais o poder de barganha do Brasil e reduz a urgência de um tratado dos europeus com o Mercosul.
Por aqui, o governo continua tentando conversar com os norte-americanos. Na véspera, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, afirmou que o Brasil continua a dialogar com os EUA, mas já começou a elaborar um plano de contingência para apoiar setores brasileiros que serão impactados pelas tarifas de Trump.
“Estamos dialogando neste momento pelos canais institucionais e com a devida reserva. Quando tiver algo a ser anunciado, vocês serão os primeiros a saber. O plano de contingência está sendo elaborado, bastante completo, bem feito, mas todo o empenho agora é para buscar resolver o problema”, declarou Alckmin.
Já nesta sexta-feira (29), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que Alckmin teve uma terceira e longa conversa com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, reiterando que o país vai prosperar nas negociações comerciais, mas reforçando que o Brasil não está preso ao prazo.
O tarifaço prevê a aplicação de uma sobretaxa de até 50% sobre produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, a partir de 1º de agosto. A decisão do governo norte-americano afeta setores como aço, alumínio, minerais críticos e veículos elétricos.
Como o g1 já mostrou, interlocutores de Lula que foram a Nova York relataram que Trump não autorizou sua equipe a abrir diálogo com o Brasil, o que tem dificultado as negociações. Assessores presidenciais também afirmaram que Trump sinalizou a intenção de “punir” o Brasil, mesmo sem justificativa econômica clara para aplicar a tarifa mais alta.
A avaliação aumentou o pessimismo da equipe de Lula quanto à possibilidade de reversão do tarifaço. A perspectiva é que Trump apenas abra o diálogo com o Brasil após 1º de agosto.
Bolsas pelo mundo
Com o tarifaço no radar e uma série de balanços corporativos previstos para a semana, as bolsas de valores pelo mundo operavam majoritariamente em alta nesta terça-feira (29).
Na Europa, o Stoxx 600, um dos principais índices acionários da região, tinha alta de 0,47% perto das 10h, conforme investidores continuavam a repercutir o acordo entre EUA e UE.
Veja como estavam os índices europeus perto das 10h, segundo a Bloomberg:
🇩🇪 o DAX, da Alemanha, subia 1,18%;
🇫🇷 o CAC 40, da França, avançava 1,25%;
🇬🇧 o FTSE 100, do Reino Unido, tinha alta de 0,59%;
🇮🇹 o FTSE MIB, da Itália, tinha ganhos de 1,41%;
🇪🇸 o IBEX 35, da Espanha, subia 1,07%;
🇵🇹 o PSI 20, de Portugal, avançava 0,17%.
Já na Ásia, os índices fecharam mistos, de olho na nova rodada de negociações entre EUA e China.
*Com informações da agência de notícias Reuters.
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