Na sexta-feira, a moeda americana subiu 0,36%, cotada a R$ 5,4242. O Ibovespa avançou 0,24% nesta sexta, aos 141.264 pontos, novo recorde histórico. Dólar
Karolina Kaboompics/Pexels
O dólar opera em alta de 0,42% nesta segunda-feira (7), aos R$ 5,4468, por volta das 9h. O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa, opera a partir das 10h.
▶️ Os investidores avaliam o novo capítulo do tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Os EUA vão impor uma taxa adicional de 10% a “qualquer país que se alinhar às políticas antiamericanas do Brics”.
🔎 Ainda não há informações sobre quais países serão taxados. Trump também não esclareceu nem detalhou o que são as tais “políticas antiamericanas”.
🔎 O Brics divulgou neste domingo a “Declaração do Rio de Janeiro”, em que faz a defesa do fortalecimento de instituições multilaterais, como a ONU, e o respeito ao direito internacional e rejeição a ações unilaterais, como as que enfraquecem o sistema global. Os EUA não foram citados nominalmente.
▶️ Outro ponto de atenção é a possível ampliação do prazo de suspensão do tarifaço. Trump afirmou que os EUA enviarão cartas aos países nesta semana, com a lista de tarifas que entrarão em vigor a partir de 1º de agosto — ou seja, mais três semanas para firmar acordos.
A possível volta das tarifas preocupa o mercado. A avaliação é que elas podem elevar os preços ao consumidor e os custos de produção, o que tende a aumentar a inflação e forçar o Fed (o banco central dos EUA) a manter os juros do país altos por mais tempo.
▶️ No Brasil, o mercado aguarda os desdobramentos da questão do IOF. Na sexta, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, suspendeu os efeitos de todos os decretos que tratam sobre o tributo, determinando uma audiência de conciliação entre o governo e o Congresso Nacional sobre o tema.
Veja abaixo como esses fatores impactam o mercado.
💲Dólar
a
Acumulado da semana: -1,08%;
Acumulado do mês: -0,17%;
Acumulado do ano: -12,23%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: -0,58%;
Acumulado da semana: +3,21%;
Acumulado do mês: +1,73%;
Acumulado do ano: +17,44%.
Trump ameaça impor tarifas a países alinhados ao Brics
Trump anunciou no domingo (6) que aplicará uma tarifa adicional de 10% a países que, segundo ele, “se alinharem às políticas antiamericanas do Brics”.
A medida, divulgada em sua conta na rede Truth Social, não especifica quais países seriam afetados nem quais ações caracterizariam esse alinhamento.
A declaração foi feita após o Brics divulgar a “Declaração do Rio de Janeiro”, que defende o multilateralismo e rejeita ações unilaterais, sem mencionar diretamente os EUA.
O documento também reforça o papel de instituições como a ONU e pede respeito ao direito internacional, posições que contrastam com a política comercial mais agressiva adotada por Washington.
A ameaça gerou reações imediatas. A China criticou o uso de tarifas como instrumento de coerção, enquanto a Rússia destacou que o Brics “nunca atuou contra terceiros”. A África do Sul, por sua vez, afirmou que o bloco busca apenas reformar a ordem multilateral global, sem intenções de confronto.
A sinalização de Trump aumenta o risco de retaliações cruzadas e gera preocupações nos mercados sobre um possível novo ciclo de tensões comerciais globais, com impactos potenciais sobre a inflação e o crescimento econômico.
Tarifaço: contagem regressiva para o fim da trégua
Também no domingo, Trump afirmou que os EUA enviarão cartas aos países com a lista de tarifas que entrarão em vigor a partir de 1º de agosto. A medida marca um acréscimo de três semanas para renegociar acordos bilaterais para evitar o tarifaço lançado em abril.
A suspensão de 90 dias das tarifas impostas pelo republicano estava prestes a expirar, e o baixo número de acordos firmados até o momento continua gerando preocupação. Apesar da promessa de firmar acordos, Washington fechou apenas pactos limitados com o Reino Unido e o Vietnã.
A maioria dos países ainda tenta evitar as novas tarifas, que podem variar entre 10% e 50%. A União Europeia negocia para evitar sobretaxas em setores como agricultura, tecnologia e aviação, mas ainda enfrenta impasses com os EUA.
Japão, Índia, Coreia do Sul, Indonésia, Tailândia e Suíça também correm para apresentar concessões de última hora. As propostas incluem desde maior abertura comercial e compras bilionárias de produtos americanos até investimentos estratégicos em setores como energia e tecnologia.
🔎 O mercado avalia que o aumento das tarifas sobre importações pode elevar os preços ao consumidor e os custos de produção, pressionando a inflação e reduzindo o consumo. Esse cenário pode levar à desaceleração da economia dos EUA e até a uma recessão global.
A situação influencia diretamente a política de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA). Na semana passada, o presidente Jerome Powell voltou a afirmar que a instituição pretende “esperar e obter mais informações” sobre os impactos das tarifas na inflação antes de reduzir as taxas de juros.
Mercados oscilam com incerteza renovada
Segundo analistas, o vaivém dos mercados deve se intensificar nos próximos dias, com o aumento da incerteza com a política tarifária de Trump e pela faltar de indicadores econômicos relevantes.
Os investidores também aguardam a ata da última reunião do Federal Reserve, que pode trazer pistas sobre a trajetória dos juros nos EUA.
Os índices acionários da China e de Hong Kong caíram nesta segunda-feira. Embora a China possa desfrutar da trégua comercial acordada com os EUA, o sentimento ainda era de nervosismo entre investidores.
Na Europa, o índice Stoxx 600 operava estável, enquanto as bolsas regionais apresentaram desempenho misto entre altas e baixas. Nos EUA, os índices futuros operaram em leve queda, refletindo o aumento da incerteza.
Funcionário de banco em Jacarta, na Indonésia, conta notas de dólar, em 10 de abril de 2025.
Tatan Syuflana/ AP