Dólar abre em alta com atenção voltada a discursos de Galípolo e Powell


Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O dólar inicia a sessão desta segunda-feira (1) em alta, avançando 0,10% às 9h02, aos .R$ 5,3397. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, abre às 10h.
A agenda econômica é marcada por novas projeções atualizadas para a inflação do Boletim Focus, pela participação de Gabriel Galípolo, presidente do BC, em evento da XP e pela fala de Jerome Powell, mais tarde — que devem orientar o humor dos investidores ao longo do dia.
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▶️ O Boletim Focus abriu a semana indicando um leve alívio nas expectativas de inflação. Para 2025, a previsão passou de 4,45% para 4,43%, enquanto a estimativa para 2026 foi ajustada de 4,18% para 4,17%.
▶️ Em São Paulo, Gabriel Galípolo participa pela manhã do XP Fórum Político & Macro 2025, onde deve apresentar uma palestra às 10h. Os investidores acompanham as declarações do dirigente da autoridade monetária a fim de encontrar pistas sobre a condução da taxa básica de juros (Selic)
▶️ Nos Estados Unidos, Jerome Powell fala em um encontro na Universidade de Stanford dedicado ao legado de George Shultz. A expectativa aumenta após Donald Trump afirmar que já escolheu o próximo presidente do Fed, embora não tenha revelado o nome.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado:
💲Dólar

a
Acumulado da semana: -1,22%;
Acumulado do mês: -0,83%;
Acumulado do ano: -13,67%.
📈Ibovespa

C

Acumulado da semana: +2,78%;
Acumulado do mês: +6,37%;
Acumulado do ano: +32,25%.
Desemprego cai para o menor nível da série histórica
A taxa de desemprego no Brasil ficou em 5,4% no trimestre móvel encerrado em outubro, segundo a Pnad Contínua, divulgada nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
👉 O resultado veio ligeiramente melhor que o esperado pelos economistas, que projetavam 5,5%, e marcou o menor nível da série histórica iniciada em 2012.
O indicador caiu nas duas bases de comparação. Em relação ao trimestre anterior, houve redução de 0,2 ponto percentual (de 5,6% para 5,4%). Na comparação anual, a queda foi ainda mais expressiva: 0,7 ponto percentual frente ao mesmo período de 2024, quando a taxa estava em 6,2%.
Além disso, a população desocupada, hoje em 5,9 milhões de pessoas, também atingiu o menor patamar da série. O contingente recuou 3,4% no trimestre (menos 207 mil pessoas) e 11,8% em um ano (menos 788 mil).
Veja os principais destaques da pesquisa:
Taxa de desocupação: 5,4%
Taxa de subutilização: 13,9%
População desocupada: 5,9 milhões
População ocupada: 102,6 milhões
População fora da força de trabalho: 66,1 milhões
População desalentada: 2,6 milhões
Empregados com carteira assinada: 39,2 milhões
Empregados sem carteira assinada: 13,6 milhões
Trabalhadores por conta própria: 25,9 milhões
Trabalhadores informais: 38,8 milhões
Segundo Ariane Benedito, economista-chefe do PicPay, o resultado reflete ganhos acumulados ao longo do terceiro trimestre, embora já indique que “o mercado de trabalho atingiu seu piso cíclico”.
Ela observa que a queda ocorre ao mesmo tempo em que a população ocupada se estabiliza e que tanto a subutilização quanto a informalidade permanecem praticamente inalteradas, sinalizando perda de intensidade no impulso de melhora.
“Após ter atingido o menor desemprego da série, a desocupação tende a se estabilizar e apresentar leve alta nas próximas leituras. Assim, projetamos que a taxa encerre 2025 na faixa de 5,5%”, diz Benedito.
Paralisação em negociações globais
Os mercados futuros globais enfrentaram horas de paralisação nesta sexta-feira após uma das mais longas interrupções já registradas pelo CME Group, maior operadora de bolsas do mundo.
O problema suspendeu negociações de ações, títulos, commodities e moedas, afetando contratos importantes em diversas regiões.
👉 Por volta das 10h35 (horário de Brasília), as operações foram retomadas após mais de 11 horas fora do ar, segundo dados da LSEG.
👉 A CME informou que a falha ocorreu devido a problemas no sistema de resfriamento dos data centers da empresa CyrusOne, que atende clientes na área de Chicago.
A interrupção atingiu contratos relevantes, como pares de moedas na plataforma EBS, futuros de petróleo WTI, índices Nasdaq 100 e Nikkei, além de ouro e óleo de palma.
“É um sinal negativo para a CME e um lembrete da importância da estrutura do mercado e de como tudo está interconectado”, afirmou Ben Laidler, estrategista do Bradesco BBI.
Segundo ele, o impacto foi limitado pelo baixo volume de negociações, já que a semana foi marcada pelo feriado de Ação de Graças nos EUA. “Poderia ter sido muito pior, será um dia de volume muito baixo… haveria dias piores para ter um colapso como esse”, completou.
Os contratos futuros são essenciais para investidores e empresas que buscam proteção ou manutenção de posições. Sem preços atualizados, muitos corretores evitaram negociar por horas.
“Além do risco imediato de não conseguir fechar posições, o incidente levanta preocupações sobre confiabilidade”, disse Axel Rudolph, analista da IG.
Corretoras europeias também relataram dificuldades para oferecer alguns produtos. A CME, que movimentou em média 26,3 milhões de contratos por dia em outubro, reforçou que oferece a maior variedade de ativos do mercado.
A última interrupção semelhante ocorreu em 2014, quando problemas técnicos afetaram contratos agrícolas.
Bolsas globais
Os mercados americanos retomaram as operações nesta sexta-feira, mas o volume permaneceu limitado devido ao feriado de Ação de Graças, quando as bolsas funcionam em horário reduzido — até às 15h no horário de Brasília.
Os principais índices em Wall Street fecharam em alta: o Dow Jones subiu 0,61%, aos 47.716,42 pontos, o S&P 500 avançou 0,54%, aos 6.849,09 pontos, e o Nasdaq teve ganhos de 0,65%, aos 23.365,69 pontos.
As bolsas europeias operam em alta, apoiadas pela expectativa de cortes nos juros americanos e pelo avanço nas negociações de paz na Ucrânia.
Durante a manhã, o STOXX 600 subia 0,09%, a 575 pontos. Entre os principais índices, o DAX de Frankfurt avançava 0,15%, o FTSE 100 de Londres ganhava 0,20%, e o CAC 40 de Paris tinha alta de 0,22%.
Já os mercados asiáticos fecharam com movimentos mistos. Na China e em Hong Kong, investidores mantiveram interesse em ações ligadas à inteligência artificial, que se recuperaram após semanas de queda, enquanto os índices principais ficaram próximos das máximas históricas, trazendo cautela.
No fechamento, o Nikkei do Japão subiu 0,2%, a 50.253 pontos. Em Xangai, o SSEC avançou 0,34%, a 3.888 pontos, e o CSI300 ganhou 0,25%, a 4.526 pontos. Já o Hang Seng caiu 0,34%, a 25.858 pontos.
Em outros mercados, Taiwan subiu 0,26%, Cingapura avançou 0,43%, enquanto Seul recuou 1,51%.
Notas de dólar.
Murad Sezer/ Reuters

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