
Lula pede investimento de países ricos no combate às mudanças climáticas
O dólar iniciou a sessão desta terça-feira (11) de olho no cenário interno e externo. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, abre às 10h.
O dia começou com os investidores atentos ao cenário doméstico e internacional. Por aqui, a ata do Copom e o IPCA de outubro ajudam a calibrar as apostas sobre os próximos passos da política monetária, enquanto o Ibovespa renova recordes. Lá fora, o foco está no possível fim da paralisação do governo americano, que já dura 41 dias.
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▶️ A ata do Copom reforçou que o Banco Central está mais confiante de que a taxa Selic em 15% ao ano é suficiente para controlar a inflação. O documento indica que os juros devem permanecer nesse patamar por um período prolongado.
O texto também aponta que a inflação recente tem mostrado comportamento mais favorável, com o câmbio mais favorável e a queda nos preços de commodities e alimentos. Porém, a inflação ainda é influenciada por uma demanda aquecida e um mercado de trabalho resiliente.
▶️ Às 9h, o IBGE divulga o IPCA de outubro, indicador oficial da inflação. Em setembro, o índice havia subido 0,48%, acumulando alta de 5,17% em 12 meses — resultado que reforçou a postura cautelosa do BC em relação a cortes de juros.
▶️ Na Bolsa, o Ibovespa registrou sua 14ª alta consecutiva, fechando em 155.257 pontos — novo recorde histórico. Já o dólar caiu 0,55%, cotado a R$ 5,307, marcando a quarta valorização seguida do real.
▶️ Nos Estados Unidos, a paralisação do governo, que já dura 41 dias, pode estar perto do fim. O Senado aprovou uma medida provisória de financiamento, com apoio de democratas centristas, para tentar encerrar o impasse.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
a
Acumulado da semana: -0,55%;
Acumulado do mês: -1,36%;
Acumulado do ano: -14,12%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: +0,77%;
Acumulado do mês: +3,82%;
Acumulado do ano: +29,08%.
Agenda econômica
Boletim Focus
Economistas do mercado financeiro mantiveram suas projeções para a taxa básica de juros (Selic) ao fim de 2025 e dos próximos três anos, segundo o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central nesta segunda.
O resultado reflete a sinalização do Comitê de Política Monetária (Copom), que na semana passada optou por manter a Selic em 15% ao ano e indicou que os juros devem permanecer nesse patamar por um período prolongado, sem sinalizar cortes no curto prazo.
As estimativas para a Selic seguem em 15% ao final de 2025, 12,25% em 2026, 10,50% em 2027 e 10,00% em 2028.
Esta foi a vigésima semana consecutiva em que os analistas mantiveram a projeção para o fim de 2025.
Em relação à inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), as expectativas também foram mantidas: 4,55% para 2025, 4,2% para 2026, 3,8% para 2027 e 3,50% para 2028.
A meta oficial de inflação é de 3% ao ano, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
As projeções para o crescimento da economia (PIB) permanecem em 2,16% para 2025 e 1,78% para 2026. Já o câmbio segue estimado em R$ 5,41 por dólar em 2025 e R$ 5,5 em 2026.
Paralisação do governo americano no 41º dia
A paralisação do governo dos Estados Unidos chegou ao 41º dia nesta segunda-feira, mas pela primeira vez em semanas há sinais concretos de avanço nas negociações para encerrar o impasse.
No domingo, o Senado aprovou, por 60 votos a 40, a tramitação de um projeto que prevê o financiamento parcial de agências federais e a reabertura do governo.
Embora não seja a votação final, o movimento representa um passo importante para destravar o funcionamento da máquina pública.
O plano prevê financiamento integral para departamentos como Agricultura, Assuntos de Veteranos e Construção Militar até o fim do ano fiscal. As demais áreas receberiam recursos temporários até 30 de janeiro de 2026 — o que daria tempo para um acordo mais amplo.
A proposta ainda precisa passar pela Câmara dos Representantes e ser sancionada pelo presidente Donald Trump.
O fim da paralisação pode liberar cerca de US$ 953 bilhões em recursos do Tesouro, que estão represados desde o início do shutdown. Esse montante pode ajudar a destravar investimentos, pagamentos e programas sociais, além de aliviar a pressão sobre famílias de baixa renda que dependem de benefícios como o Programa de Assistência Nutricional Suplementar (SNAP).
O acordo também inclui compromissos com os trabalhadores afetados. A administração Trump se comprometeu a reintegrar os servidores demitidos e pagar os salários atrasados.
Além disso, foi prometida uma votação em dezembro sobre a extensão dos subsídios da Lei de Cuidados Acessíveis (ACA), que ajudam milhões de americanos a pagar por planos de saúde.
Apesar do avanço, parte dos democratas considera que o partido abriu mão de garantias importantes, como a inclusão direta dos subsídios no texto.
Mesmo assim, o mercado acompanha os desdobramentos, já que o fim da paralisação pode aumentar a liquidez na economia e destravar pautas regulatórias — como projetos ligados ao setor de tecnologia e ativos digitais.
Bolsas globais
Em Wall Street, os mercados americanos começaram a semana em alta, impulsionados pela expectativa de um acordo bipartidário no Senado para encerrar a paralisação do governo federal, que já dura 41 dias.
Embora o plano ainda não resolva questões como os subsídios de saúde defendidos pelos democratas, o avanço nas negociações trouxe otimismo aos investidores.
O S&P 500 avançou 1,54%, aos 6.832,47 pontos. O Dow Jones teve ganhos de 0,81%, aos 47.368,54 pontos, e o Nasdaq registrou alta de 2,27%, aos 23.527,17 pontos — puxado pelo bom desempenho das ações de tecnologia.
Na Europa, os mercados também operam em alta nesta segunda-feira, refletindo dados de crescimento econômico da zona do euro no terceiro trimestre, enquanto empresas da região avaliam os impactos das tensões comerciais para os próximos anos.
Durante a manhã, os principais índices europeus registravam ganhos: STOXX 600 subia 1,38%, o DAX (Alemanha) avançava 1,7%, o CAC 40 (França) ganhava 1,3% e o FTSE 100 (Reino Unido) tinha alta de 1%.
Já os mercados asiáticos fecharam em alta, com destaque para setores considerados mais estáveis, como bebidas alcoólicas e bens de consumo básicos.
Além disso, o avanço foi impulsionado pelo aumento dos preços ao consumidor, que favoreceu empresas desses segmentos.
No fechamento, o Nikkei (Tóquio) subiu 1,26%, o Hang Seng (Hong Kong) avançou 1,55%, o SSEC (Xangai) teve alta de 0,53% e o CSI300 ganhou 0,35%. O Kospi (Seul) liderou os ganhos com alta de 3,02%, enquanto o Taiex (Taiwan) subiu 0,79%.
O Straits Times (Cingapura) foi exceção, com leve queda de 0,13%.
*Com informações da agência de notícias Reuters.
Notas de dólar.
Luisa Gonzalez/ Reuters

