Copom interrompe ciclo de alta de juros e mantém Selic em 15% ao ano


O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu nesta quarta-feira (18) interromper o ciclo de alta da taxa básica de juros, que foi mantida em 15% ao ano.
“O Comitê tem acompanhado, com particular atenção, os anúncios referentes à imposição pelos EUA de tarifas comerciais ao Brasil, reforçando a postura de cautela em cenário de maior incerteza. Além disso, segue acompanhando como os desenvolvimentos da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros”, diz o comunicado divulgado pelo BC.
Esse é o maior patamar em quase 20 anos – em julho de 2006, ainda no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a taxa Selic estava em 15,25% ao ano.
A decisão desta quarta-feira foi unânime e era esperada pelo mercado financeiro.
🔎A taxa básica de juros da economia é o principal instrumento do BC para tentar conter as pressões inflacionárias, que tem efeitos, principalmente, sobre a população mais pobre.
O Copom é formado pelo presidente do Banco Central e por oito diretores da autarquia. A partir deste ano a maioria dos dirigentes é indicada pelo presidente Lula.
Composição do Copom.
Flickr do BCB
A expectativa de economistas é de que a taxa seja mantida no atual patamar, ao menos, até 2026.
Como age o Banco Central?
Para definir os juros, a instituição atua com base no sistema de metas. Se as projeções estão em linha com as metas, é possível baixar os juros. Se estão acima, o Copom tende a manter ou subir a Selic.
Desde o início de 2025, com o início do sistema de meta contínua, o objetivo de 3% será considerado cumprido se a inflação oscilar entre 1,5% e 4,5%.
Selic a 15%: o que muda no seu bolso
Com a inflação ficando seis meses seguidos acima da meta em junho, o BC teve de divulgar uma carta pública explicando os motivos.
🔎Ao definir a taxa de juros, o BC olha para o futuro, ou seja, para as projeções de inflação, e não para a variação corrente dos preços, ou seja, dos últimos meses. Isso ocorre porque as mudanças na taxa Selic demoram de seis a 18 meses para ter impacto pleno na economia.
Neste momento, por exemplo, a instituição já está mirando na meta considerando o segundo semestre de 2026.
Para este ano e os próximos anos as projeções do mercado para a inflação oficial – todas acima da meta central buscada pelo BC, de 3% – são:
2025: 5,09% (com estouro da meta);
2026: 4,44%;
2027: 4%; e
2028: 3,8%.
Próximas reuniões
O Copom costuma se reunir a cada 45 dias para definir o patamar da Selic. Em 2025, o colegiado vai se reunir três vezes:
16 e 17 de setembro
4 e 5 de novembro
9 e 10 de dezembro

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