As contas do setor público consolidado apresentaram um déficit primário de R$ 17,3 bilhões em agosto deste ano, informou o Banco Central (BC) nesta terça-feira (30).
🔎 O déficit primário ocorre quando as receitas com tributos e impostos ficam abaixo das despesas do governo. Se o contrário acontece, o resultado é de superávit primário.
🔎O resultado não leva em conta o pagamento dos juros da dívida pública, e abrange o governo federal, os estados, municípios e as empresas estatais.
Segundo o Banco Central (BC), houve melhora na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando foi registrado um saldo negativo de R$ 21,4 bilhões.
Esse também foi o melhor resultado, para julho, desde 2022, mês em que houve um superávit de R$ 10,7 bilhões. Os valores não foram ajustados pela inflação.
Veja abaixo o desempenho que levou ao déficit das contas em agosto deste ano:
governo federal registrou saldo negativo de R$ 15,9 bilhões;
estados e municípios tiveram saldo deficitário de R$ 1,3 bilhão;
empresas estatais apresentaram déficit de R$ 6 milhões.
Parcial do ano
No acumulado dos oito primeiros meses deste ano, ainda segundo dados oficiais, as contas do governo registraram um déficit primário de R$ 61,8 bilhões — o equivalente a 0,74% do Produto Interno Bruto (PIB).
Com isso, houve uma melhora na comparação com o mesmo período do ano passado, quando foi registrado um saldo negativo de R$ 86,2 bilhões (1,12% do PIB).
No caso somente do governo federal, o resultado ficou negativo em R$ 84,6 bilhões na parcial deste ano, informou o BC, contra um déficit de R$ 101,6 bilhões nos sete primeiros meses de 2024.
Para este ano, a meta fiscal do governo federal é de zerar o rombo das contas públicas.
Mas, pelas regras do arcabouço fiscal, que reúne as regras de equilíbrio para as contas públicas, o governo pode ter um déficit de até 0,25% do PIB sem que o objetivo seja formalmente descumprido, o equivalente a cerca de R$ 31 bilhões.
Para fins de cumprimento da meta fiscal, também são excluídos outros R$ 44,1 bilhões em precatórios, ou seja, decisões judiciais.
Após despesas com juros
Quando se incorporam os juros da dívida pública na conta – no conceito conhecido no mercado como resultado nominal, utilizado para comparação internacional –, houve déficit de R$ 91,5 bilhões nas contas do setor público em agosto.
➡️No acumulado em doze meses até agosto, foi registrado um resultado negativo (déficit) de R$ 969,6 bilhões, ou 7,81% do PIB.
🔎Esse número é acompanhado com atenção pelas agências de classificação de risco para a definição da nota de crédito dos países, indicador levado em consideração por investidores.
O resultado nominal das contas do setor público sofre impacto do resultado mensal das contas, das atuações do BC no câmbio, e dos juros básicos da economia (Selic) fixados pela instituição para conter a inflação.
Segundo o BC, as despesas com juros nominais somaram R$ 946,5 bilhões (7,63% do PIB) em doze meses até agosto deste ano.