As ações da Embraer avançavam mais de 5% nesta segunda-feira, após a Latam Airlines fechar um acordo com a fabricante brasileira de aviões para a aquisição de até 74 aeronaves E195-E2 em meio a planos para expandir a sua conectividade na América do Sul.
O pedido anunciado pela Latam nesta segunda-feira é um dos raros acertados pela fabricante brasileira nos últimos anos a envolver uma companhia aérea no Brasil e acontece em meio à crise crônica de atrasos na entrega de aeronaves pelas fabricantes maiores Boeing e Airbus.
O acordo contempla um pedido firme de 24 aeronaves, avaliado em aproximadamente US$ 2,1 bilhões, considerando o preço de tabela dos aviões, e 50 opções de compra.
As entregas das 24 aeronaves começarão no segundo semestre de 2026, inicialmente para a Latam Airlines Brasil e, posteriormente, com o potencial de incluir outras afiliadas do grupo.
O último pedido no Brasil de aeronaves E2, a geração atual de jatos comerciais da Embraer, foi feito pela companhia aérea Azul, a única a voar com esse modelo no país, em 2018.
A encomenda anunciada nesta segunda-feira veio depois que a Embraer anunciou pedido de 50 jatos, também de E195-E2, da norte-americana Avelo Airlines, há alguns dias, um negócio avaliado em US$ 4,4 bilhões.
Até agora, a Latam não operava aviões da Embraer. A frota da empresa é formada por 286 jatos Airbus, 56 Boeing e 20 cargueiros da fabricante norte-americana, segundo a Embraer.
A fabricante brasileira afirmou que, com a encomenda, a Latam poderá “adicionar até 35 novos destinos aos 160 já existentes” na América do Sul, onde o maior mercado é o Brasil.
Analistas do Itaú BBA consideraram a notícia positiva, avaliando que o pedido de US$ 1,05 bilhão, assumindo um desconto de 50%, pode fazer com que a carteira de encomendas da Embraer atinja um novo recorde de US$ 31 bilhões no terceiro trimestre de 2025, o que deve ajudar a sustentar a valorização das ações.
“Considerando que a Latam Airlines já opera aeronaves da Boeing e da Airbus, acreditamos que esse pedido reforça a competitividade dos produtos da Embraer”, afirmaram Daniel Gasparete e equipe do Itaú BBA em relatório enviado a clientes.
Por volta de 13h30, os papéis tinham elevação de 5,34%, a R$ 80,85, melhor desempenho do Ibovespa, que recuava 0,55%. No ano, as ações acumulam alta de 44%.
Analistas do Santander, assumindo um desconto de 60% sobre os preços de tabela, estimaram que o pedido firme acrescente 6,4% à carteira de pedidos da aviação comercial da Embraer e 2,8% à carteira consolidada. Incluindo as opções de compra, afirmaram Lucas Esteves e equipe, os acréscimos seriam de 19,8% e 8,7%, respectivamente.
Em relatório a clientes, também destacaram que o pedido reduz os riscos do cronograma de entregas de 2026 da Embraer, especialmente considerando as dificuldades relacionadas aos motores dos jatos E1 e o processo de recuperação judicial (Chapter 11) da única operadora dos jatos no Brasil.
Embraer fecha acordo com Latam para a venda de até 74 aviões E2
Divulgação/Embraer
Ação da Embraer sobe forte com pedido firme feito pela Latam
