Prisão de Bolsonaro leva a disputa pelo capital político do ex-presidente além da direita

Solidariedade de centro e direita a Bolsonaro tem a ver com apoio em 2026
A prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), decretada no último sábado (22) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, iniciou um novo capítulo no xadrez político, especialmente com a proximidade das eleições de 2026.
O cenário atual é que há uma grande disputa pelo espólio político-eleitoral de Jair Bolsonaro não apenas na direita, mas também no entorno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Desde o momento em que Bolsonaro foi levado à sede da Polícia Federal, na manhã de sábado (22), políticos de centro e direita se manifestaram nas redes sobre o caso, com mensagens de apoio e solidariedade. Isso mostra que há uma grande estratégia para buscar o apoio do ex-presidente, que é um agente ainda com grande capital eleitoral, apesar de estar inelegível.
Sem falar no próprio fato de que partidos de centro-direita gostariam que Bolsonaro adiantasse sua decisão sobre o candidato que pretende apoiar para a Presidência, no ano que vem. A candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos) ainda é incerta, considerando que ele sinalizou que só pretende se lançar se for amplamente apoiado pelo entorno do ex-presidente.
A questão não tem movimentado apenas a direita. Do lado do presidente Lula, também é possível observar certo cuidado em suas manifestações sobre o caso. Em entrevista nesse domingo (23), durante viagem a Joanesburgo, o presidente foi seco e direto em sua manifestação, e afirmou que o processo jurídico está sendo cumprido.
Para o entorno de Lula e a esquerda como um todo, é importante não antagonizar com eleitores que simpatizam com Bolsonaro – que votam no ex-presidente e podem, em um eventual cenário eleitoral, mudar de ideia nas urnas.
A regra na esquerda, no entorno de Lula, é não brigar com o eleitor que poderia sair do polo bolsonarista e, quem sabe, migrar para o espectro da esquerda.

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