Redução ‘positiva’ e na ‘direção correta’, diz Alckmin após EUA baixarem taxa de importação
O vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, classificou neste sábado (15) como “positiva” e na “direção correta” a redução de taxas pelo governo de Donald Trump. Ele afirmou que o governo “continuará trabalhando” para que as tarifas caiam ainda mais.
Os Estados Unidos reduziram as tarifas de importação de cerca de 200 produtos alimentícios, incluindo café, carne, açaí e manga, na noite desta sexta-feira (14). Para o Brasil, as taxas caíram de 50% para 40%.
Para Alckmin, a tarifa de 40% para os produtos brasileiros ainda é uma “distorção”, que precisa ser “corrigida” com as negociações.
“A última ordem executiva do presidente Trump foi positiva e na direção correta”, afirmou. “Foi positiva. Vamos continuar trabalhando. Conversa do presidente Lula com Trump foi importante no sentido da negociação e, também, a conversa do Mauro Vieira com Marco Rubio”, acrescentou o vice-presidente.
Num primeiro momento, exportadores brasileiros tiveram dúvidas sobre o tamanho da redução.
Posteriormente, o Ministério da Agricultura esclareceu que a ordem abrange apenas as chamadas taxas de reciprocidade, impostas a diversos países pelo presidente Donald Trump, em abril. No caso do Brasil, elas foram de 10%.
Em julho, no entanto, o presidente dos EUA anunciou uma tarifa adicional, de 40%, para compra de produtos brasileiros, que continua valendo, segundo o governo.
Trump diz que não considera novos cortes
Alguns setores do agro brasileiro, como o do café, esperavam que a tarifa fosse zerada.
Brasil e os EUA vinham articulando, nas últimas semanas, uma flexibilização do “tarifaço”. A negociação ganhou força com um encontro entre Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em outubro, na Malásia.
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, se encontraram na última quinta para discutir o assunto.
Após a reunião, Vieira disse que esperava uma resposta dos EUA sobre um “mapa do caminho” para nortear negociações.
No fim desta sexta, porém, Trump afirmou que não acredita que sejam necessários novos cortes de taxas.
“Acabamos de fazer um pequeno recuo”, disse a repórteres. “Os preços do café estavam um pouco altos; agora, em muito pouco tempo, eles estarão mais baixos”, completou.
O Brasil é o maior fornecedor de café para os EUA e um dos principais de carne, e ambos os produtos enfrentam forte alta nos preços no mercado norte-americano, o que pressiona o governo Trump.
Tarifaço: Alckmin diz que redução de taxas pelos EUA está na ‘direção correta’, mas ‘distorção’ ainda precisa ser corrigida
