Dólar inicia o dia sob influência do cenário internacional


Mauro Vieira fala após encontro com Marco Rubio: Lula e Trump devem se reunir em breve
O dólar inicia a sessão desta sexta-feira (17) de olho no cenário interno e externo. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, abre às 10h.
Os investidores seguem atentos à agenda diplomática dos Estados Unidos e às movimentações econômicas no Brasil. Enquanto Brasília e Washington articulam uma nova rodada de negociações comerciais, o cenário global é marcado por tensões geopolíticas e pela expectativa de encontros entre líderes de grandes potências.
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▶️ O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou que Brasil e Estados Unidos devem iniciar uma série de reuniões para discutir acordos comerciais nas próximas semanas.
Ele destacou que Lula e Donald Trump devem se encontrar “em breve”. O chanceler se reuniu com o secretário de governo americano, Marco Rubio, na Casa Branca, e classificou o encontro como “ótimo” e “produtivo”.
▶️ Em Washington, Trump recebe hoje o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, na Casa Branca. A expectativa pelo encontro levou à queda dos preços do petróleo nesta manhã.
▶️ Trump também afirmou que deve se reunir com Vladimir Putin nas próximas semanas, possivelmente em Budapeste. O republicano disse ter tido uma conversa “produtiva” com o líder russo e que pretende discutir um possível fim da guerra na Ucrânia — gesto que gerou apreensão entre aliados europeus.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar

a
Acumulado da semana: -1,10%;
Acumulado do mês: +2,26%;
Acumulado do ano: -11,93%.
📈Ibovespa

Acumulado da semana: +1,08%;
Acumulado do mês: -2,76%;
Acumulado do ano: +18,22%.
IBC-BR
A economia brasileira voltou a crescer em agosto, após três meses seguidos de queda. Segundo o Banco Central, o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), que funciona como uma prévia do PIB (Produto Interno Bruto), subiu 0,4% em relação a julho. Apesar do avanço, o resultado veio abaixo da expectativa do mercado, que esperava uma alta de 0,6%.
Na comparação com agosto do ano passado, o crescimento foi de apenas 0,1%. Já no acumulado de 12 meses, o IBC-Br teve alta de 3,2%. O indicador é calculado com base em dados da agropecuária, indústria, serviços e impostos sobre a produção.
Em agosto, a indústria cresceu 0,8% e os serviços avançaram 0,2%. Por outro lado, o setor agropecuário teve queda de 1,9%. Se excluído esse setor, o índice geral teria subido 0,4%.
O mês também foi marcado pela entrada em vigor de tarifas de 50% dos EUA sobre produtos brasileiros como carne, café, frutas e calçados.
Mesmo assim, os dados do IBGE foram positivos: a produção industrial cresceu 0,8%, os serviços subiram 0,1% e o varejo teve alta de 0,2%, interrompendo quatro meses de queda.
O Banco Central manteve a taxa básica de juros (Selic) em 15% ao ano e indicou que ela deve continuar nesse nível por um período prolongado para controlar a inflação. Segundo a pesquisa Focus, a expectativa de crescimento do PIB é de 2,16% em 2025 e de 1,80% em 2026.
Mauro Vieira se encontra com Marco Rubio
Representantes dos governos brasileiro e norte-americano se reúnem nesta quinta-feira para discutir o tarifaço — em vigor desde 6 de agosto — e as sanções aplicadas a autoridades brasileiras (veja mais abaixo).
O encontro acontece à tarde, em Washington, entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio.
Vieira chegou à capital americana na segunda-feira (13), e a reunião foi acertada após uma conversa telefônica entre os dois na semana passada. A realização do encontro foi confirmada ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante um evento no Rio de Janeiro.
Ainda nesta semana, durante uma reunião com o presidente da Argentina, Javier Milei, o presidente Donald Trump sinalizou um dos temas que pretende incluir nas negociações com o Brasil: a possibilidade de substituir o dólar por uma moeda comum entre os países que integram o Brics — grupo formado por algumas das principais economias emergentes do mundo.
China critica EUA
A China acusou os EUA de criar alarme em relação às novas regras chinesas sobre exportação de terras raras — materiais essenciais para a produção de eletrônicos, baterias e equipamentos de alta tecnologia.
Segundo o governo chinês, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, fez declarações distorcidas sobre um importante negociador comercial do país, rejeitando o pedido da Casa Branca para que as restrições fossem revistas.
Em resposta, o jornal oficial do Partido Comunista da China publicou uma nota com sete pontos contestando as críticas dos negociadores americanos. Eles haviam sugerido que Pequim poderia evitar as tarifas de 100% anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, sobre produtos chineses, caso recuasse nas medidas que devem entrar em vigor em 8 de novembro.
Apesar de os investidores estarem aliviados por EUA e China terem evitado aumentos de tarifas nos últimos meses, cada novo conflito verbal entre os dois países ameaça comprometer uma reunião entre Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, prevista para ocorrer na Coreia do Sul no fim do mês — encontro que tem ajudado a manter a estabilidade nos mercados.
Durante uma coletiva de imprensa, o porta-voz do Ministério do Comércio da China, He Yongqian, afirmou que os Estados Unidos estão exagerando e distorcendo as medidas chinesas, o que gera confusão e preocupação desnecessária. Ele garantiu que, desde que os pedidos de exportação estejam corretos e tenham uso civil, serão aprovados normalmente.
As novas regras de exportação levantaram dúvidas entre negociadores e analistas internacionais. Muitos se perguntam se a China exigirá que qualquer produto fabricado no mundo que contenha até mesmo pequenas quantidades de terras raras chinesas precise de uma licença para ser exportado. He Yongqian negou essa possibilidade.
O representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer, criticou as medidas chinesas, chamando-as de uma tentativa de controlar a cadeia global de suprimentos. Já Scott Bessent sugeriu que a trégua tarifária de 90 dias — válida até cerca de 9 de novembro — poderia ser prorrogada.
As relações comerciais entre os dois países pareciam mais estáveis após um telefonema entre Trump e Xi em 19 de setembro, que ocorreu depois de uma reunião em Madri entre autoridades dos dois governos. O encontro foi considerado um avanço, especialmente por conta do acordo envolvendo o aplicativo TikTok.
EUA em paralisação pelo 16º dia
A paralisação parcial do governo dos Estados Unidos chegou ao 16º dia nesta quinta-feira (16), sem avanços concretos nas negociações entre democratas e republicanos. Apesar de os republicanos controlarem ambas as casas do Congresso, ainda precisam de votos democratas no Senado para aprovar o orçamento.
O impasse gira em torno da manutenção dos subsídios de saúde ligados ao Obamacare, que os democratas querem tornar permanentes antes que expirem no fim do ano.
Enquanto isso, mais de 750 mil servidores federais seguem afastados de suas funções.
Apenas trabalhadores considerados essenciais, como militares, policiais, agentes de fronteira e controladores de tráfego aéreo, continuam em atividade.
Na quarta-feira (15), o presidente Donald Trump assinou uma ordem para garantir o pagamento aos militares, mas outros servidores seguem sem previsão de remuneração.
O Senado já rejeitou nove vezes a proposta republicana de reabertura do governo e deve votar novamente nesta quinta-feira, às 11h.
Os democratas resistem às pressões de Trump, que ameaça cortes definitivos em programas sociais. Já os republicanos defendem que a questão dos subsídios seja tratada separadamente.
A crise se aprofunda, e cresce o risco de a paralisação se tornar a mais longa da história americana — até então, a maior paralisação ocorreu no primeiro mandato de Trump, durando 35 dias entre dezembro de 2018 e janeiro de 2019.
Bolsas globais
Os principais índices de Wall Street fecharam em queda nesta quinta-feira, pressionados pela guerra comercial entre EUA e China e por preocupações com a qualidade do crédito diante de perdas em bancos regionais.
O Dow Jones recuou 0,65%, aos 45.952,24 pontos, o S&P 500 caiu 0,63%, aos 6.629,07 pontos, e o Nasdaq teve perdas de 0,47%, aos 22.562,54 pontos.
Na Europa, os mercados encerraram o pregão em alta, impulsionados por fatores políticos e corporativos. Os investidores acompanham o voto de confiança no primeiro-ministro francês Sébastien Lecornu, enquanto a Nestlé surpreendeu com recuperação nas vendas e anunciou demissões, o que fez suas ações subirem mais de 8%.
Com isso, o índice STOXX 600 subiu 0,7%, enquanto o CAC 40, em Paris, avançou 1,38%. Em Frankfurt, o DAX teve alta de 0,38%, e em Londres, o FTSE 100 registrou ganho de 0,12%.
O FTSE MIB, em Milão, valorizou 1,12%, o IBEX 35, em Madri, subiu 0,48%, e o PSI 20, em Lisboa, fechou com alta de 1,08%.
Já as bolsas asiáticas fecharam com resultados variados nesta quinta-feira. Na China, os índices tiveram leve alta, sustentados por setores mais estáveis, mesmo com as disputas comerciais em andamento.
Em Hong Kong, o mercado oscilou ao longo do dia e terminou em leve queda. Já em outras regiões, o desempenho foi mais positivo, com destaque para Seul e Tóquio.
No fechamento, o índice de Xangai subiu 0,10% e o CSI300 avançou 0,26%. Em Hong Kong, o Hang Seng caiu 0,09%. O Nikkei, em Tóquio, teve alta de 1,27%. O KOSPI, em Seul, subiu 2,49%, o TAIEX, em Taiwan, avançou 1,36%, e o Straits Times, em Cingapura, caiu 0,33.
Notas de 5 e de 20 dólares dólar exportação
Reprodução/EPTV
*Com informações da agência de notícias Reuters.

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