Dólar abre em queda com mercado atento a tom mais ameno de Trump sobre a China


‘Esse pesadelo longo e doloroso para israelenses e palestinos está terminado’, diz Trump
O dólar inicia a sessão desta segunda-feira (13) em queda, recuando 0,48% por volta das 09h05, cotado a R$ 5,4782. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, abre às 10h.
A semana começa com os mercados atentos a novos desdobramentos políticos e econômicos que podem influenciar o cenário global. No Brasil, o foco está nas projeções do Boletim Focus, enquanto nos Estados Unidos, o clima é de tensão com a continuidade do shutdown e declarações de Trump sobre a China.
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▶️ No Brasil, o Boletim Focus foi divulgado pelo Banco Central às 8h30. O relatório mostra que a estimativa do mercado para a inflação neste ano caiu de 4,80% para 4,72%. Já as projeções da taxa básica de juros (Selic) e do PIB ficaram estáveis nesta semana, em 15% e 2,16%, respectivamente.
▶️ Nos EUA, o presidente Donald Trump afirmou no domingo que as tensões com a China “ficarão bem”, tentando amenizar o tom após ameaças de tarifas adicionais de 100% sobre importações chinesas. A declaração foi feita dois dias após o anúncio das novas medidas.
▶️ Ainda nos EUA, o 13º dia de paralisação do governo prossegue sem acordo entre democratas e republicanos. Na sexta-feira, a Casa Branca confirmou demissões em massa no funcionalismo público, afetando setores estratégicos.
▶️ Segundo autoridades, os cortes já atingem departamentos como Comércio, Educação, Energia, Segurança Interna, Saúde e Tesouro. Apenas no Departamento do Tesouro, sindicatos informaram que cerca de 1.300 demissões estão sendo preparadas.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar

a
Acumulado da semana: +3,39%;
Acumulado do mês: +3,39%;
Acumulado do ano: -10,95%.
📈Ibovespa

Acumulado da semana: -2,44%;
Acumulado do mês: -3,80%;
Acumulado do ano: +16,96%.
IPP de agosto
Os preços ao produtor no Brasil caíram em agosto pelo sétimo mês consecutivo, embora a intensidade da queda tenha diminuído, segundo o IBGE. O Índice de Preços ao Produtor (IPP) recuou 0,20% no mês, uma deflação mais branda que a registrada em julho (-0,31%) e a menos intensa desde abril (-0,12%). Com isso, o indicador acumula alta de 0,48% em 12 meses e queda de 3,62% no ano.
🔎 O IPP acompanha a variação dos preços na chamada “porta da fábrica”, ou seja, antes da inclusão de impostos e frete. O índice abrange 24 atividades das indústrias extrativas e de transformação.
Das 24 atividades industriais analisadas, metade apresentou redução nos preços em relação a julho. As maiores quedas ocorreram nos seguintes setores:
Perfumaria, sabões e produtos de limpeza (-1,66%);
Madeira (-1,59%), equipamentos de informática, eletrônicos e ópticos (-1,59%);
Papel e celulose (-1,42%).
As principais influências sobre o índice em agosto vieram dos segmentos de alimentos (-0,11 ponto percentual), produtos químicos (-0,08 p.p.), indústrias extrativas (-0,06 p.p.) e papel e celulose (-0,04 p.p.).
Segundo Alexandre Brandão, gerente do IPP, os setores com maior peso na indústria — como alimentos, metalurgia, extrativas e refino — foram os que mais impactaram o acumulado do ano.
“O movimento desses preços tem explicações diversas, mas, no caso de alimentos, por exemplo, a safra é um fator que explica em grande parte a redução, não por acaso, açúcar, soja e arroz despontam como as principais influências no acumulado do ano”, completou.
Brandão explicou que os fatores por trás dessas variações são diversos, mas no caso dos alimentos, a safra tem sido determinante para a queda nos preços. Produtos como açúcar, soja e arroz se destacam como os principais responsáveis pela redução acumulada.
Em agosto, os custos do setor alimentício caíram 0,44%, acumulando queda de 7,55% no ano, embora tenham subido 1,45% nos últimos 12 meses.
Trump ameaça China
O presidente dos EUA, Donald Trump, elevou o tom contra a China nesta sexta-feira (10), reacendendo tensões comerciais entre as duas potências.
Em uma publicação na Truth Social, ele acusou o governo chinês de controlar a exportação de elementos ligados às terras raras — materiais essenciais para a produção de tecnologia — e ameaçou impor um “aumento massivo” nas tarifas sobre produtos chineses.
“Uma das políticas que estamos calculando neste momento é um aumento massivo nas tarifas sobre produtos chineses que entram nos Estados Unidos. Há muitas outras medidas de retaliação que também estão sendo seriamente consideradas”, escreveu.
Trump também afirmou que não vê mais sentido em se reunir com o presidente Xi Jinping, cancelando o encontro previsto para o fim do mês durante a Cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), na Coreia do Sul. Pequim, por sua vez, ainda não havia confirmado oficialmente a reunião.
Segundo Trump, os Estados Unidos estão avaliando outras medidas de retaliação além das tarifas, o que pode reacender uma guerra comercial que havia sido temporariamente pausada após negociações diplomáticas no início do ano.
Ele também afirmou que a China tem enviado comunicados a diversos países anunciando planos para ampliar os controles sobre a exportação de todos os elementos usados na produção de terras raras.
A escalada nas declarações aumentou a preocupação dos mercados, que vinham operando com relativa tranquilidade nos últimos dias.
EUA em paralisação pelo 10º dia
A paralisação do governo dos Estados Unidos chegou ao décimo dia nesta sexta-feira (10), após o Senado não conseguir aprovar um acordo na véspera. A proposta apresentada pelos republicanos para financiar o governo até 21 de novembro foi rejeitada, mantendo o impasse.
A votação terminou com 54 votos a favor e 45 contra, abaixo dos 60 necessários para superar a obstrução dos democratas, que seguem exigindo mudanças na política de saúde como condição para aprovar qualquer medida orçamentária.
O presidente Donald Trump reforçou as ameaças de cortar o que chamou de “programas democratas” caso a paralisação se prolongue.
“Vamos cortar alguns programas democratas muito populares que, francamente, não são populares entre os republicanos, porque é assim que funciona”, afirmou. “Eles quiseram fazer isso, então vamos dar a eles um gostinho do próprio veneno.”
Trump deve viajar ao Oriente Médio no domingo para participar da cerimônia de assinatura de um acordo de paz entre Israel e o Hamas. Ainda não está claro quanto tempo ele permanecerá na região.
Bolsas globais
Em Wall Street, os mercados americanos despencaram sexta-feira, após o presidente Donald Trump ameaçar um aumento expressivo nas tarifas sobre produtos chineses, reacendendo preocupações sobre uma nova guerra comercial.
A reação dos investidores interrompe uma semana que vinha sendo marcada por maior otimismo com a política monetária do país.
O índice Dow Jones recou 1,90% nesta sexta, aos 45.479,60 pontos. O S&P 500 recuou 2,71%, aos 6.552,50 pontos, enquanto o Nasdaq Composite teve queda de 3,56%, aos 22.204,43 pontos. O S&P e o Nasdaq sofreram suas maiores quedas percentuais em um único dia desde 10 de abril.
Os mercados europeus encerraram a semana em queda, pressionados pelas novas ameaças de Donald Trump à China. Por lá, os investidores também acompanharam a situação política na França, onde o impasse na escolha de um novo primeiro-ministro gerou preocupações sobre o impacto no crescimento econômico.
O índice pan-europeu STOXX 600 caiu 1,25%, fechando a 564,16 pontos, na pior baixa intradiária em mais de um mês. Em Londres, o FTSE 100 recuou 0,86%, a 9.427,47 pontos. Em Frankfurt, o DAX perdeu 1,50%, a 24.241,46 pontos. Em Paris, o CAC 40 caiu 1,53%, a 7.918,00 pontos.
Em Milão, o FTSE MIB teve queda de 1,74%, a 42.047,50 pontos. Em Madri, o IBEX 35 recuou 0,69%, a 15.476,50 pontos, e em Lisboa, o PSI20 caiu 0,73%, a 8.169,87 pontos.
Na Ásia, os mercados encerraram o dia em queda, influenciados por tensões políticas e decisões comerciais que afetaram o clima entre os investidores. Na China, houve realização de lucros após o índice de Xangai atingir seu maior nível em dez anos.
No fechamento, os principais índices da região registraram quedas: em Xangai, o índice SSEC caiu 0,94%, enquanto o CSI300, que reúne grandes empresas chinesas, recuou 1,97%. Em Hong Kong, o Hang Seng perdeu 1,73%, marcando sua quinta queda consecutiva.
Em Tóquio, o Nikkei caiu 1,01%. Já em Seul, o KOSPI subiu 1,73%. Em Cingapura, o Straits Times teve baixa de 0,24%, e em Sydney, o S&P/ASX 200 recuou 0,13%. O mercado de Taiwan permaneceu fechado.
Cédulas de dólar
bearfotos/Freepik
*Com informações da agência de notícias Reuters.

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