Donald Trump e TikTok
Jornal Nacional e AP.
As negociações entre Estados Unidos e TikTok caminham para um acordo que prevê mudanças profundas no controle do aplicativo dentro do país.
A proposta em discussão estabelece que investidores americanos passem a ocupar a maior parte do conselho de administração e que o algoritmo da plataforma seja gerido por empresas dos EUA. A informação foi confirmada pela secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, em entrevista à Fox News, e repercutida pela Bloomberg.
Segundo Leavitt, seis dos sete assentos do conselho do TikTok nos EUA ficariam com representantes americanos, enquanto a Oracle teria papel central na gestão de dados e privacidade.
“Os dados e a privacidade serão liderados por uma das maiores empresas de tecnologia dos Estados Unidos, a Oracle, e o algoritmo também será controlado pelos Estados Unidos”, afirmou a porta-voz.
As conversas envolveram o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e o vice-primeiro-ministro da China, He Lifeng, em encontro realizado em Madri, afirmou a secretária de imprensa.
Esse entendimento cria um “acordo-quadro” para que a ByteDance, controladora do TikTok, reduza de forma significativa sua participação na operação americana, limitada a no máximo 20%.
Novos investidores devem entrar no negócio, entre eles a Oracle, a empresa de capital de risco Andreessen Horowitz e o fundo de private equity Silver Lake, segundo apurou a Bloomberg.
O prazo para a separação foi definido por uma lei aprovada no Congresso americano, que obriga a venda até janeiro de 2025. O presidente Donald Trump já havia estendido o limite para 16 de dezembro, permitindo mais tempo para as tratativas.
Apesar do avanço, ainda não há sinal verde da China. Em comunicado oficial, o governo chinês reconheceu que o tema foi discutido durante a reunião entre Trump e o presidente Xi Jinping, mas não mencionou qualquer aprovação do acordo.
O caso também marca uma mudança no discurso do próprio Donald Trump. Antes crítico do TikTok, o republicano tem adotado um tom mais favorável à rede social, a quem atribui parte da mobilização de jovens eleitores em sua campanha presidencial de 2024.
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