Dólar opera em alta, com novos dados no radar e cautela com tarifas de Trump; Ibovespa sobe

No dia anterior, a moeda norte-americana recuou 0,75%, cotada a R$ 5,7087. O principal índice da bolsa de valores avançou 0,57%, aos 132.068 pontos. Notas de dólar.
Dado Ruvic/ Reuters
O dólar opera em alta nesta quarta-feira (26), com o mercado ainda cauteloso com a política tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que promete impor novas tarifas sobre vários países na semana que vem.
Além disso, investidores repercutem, também, novos dados econômicos divulgados aqui.
No Brasil, o Banco Central (BC) informou que o rombo nas contas externas do país mais que dobraram no primeiro bimestre de 2025, registrando um déficit de US$ 17,31 bilhões — o que significa que o país mais enviou dinheiro para fora, principalmente com importações, do que arrecadou.
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, também opera em alta.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
Às 12h10, o dólar subia 0,47%, cotado a R$ 5,7354. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda americana teve baixa de 0,75%, cotada a R$ 5,7087.
Com o resultado, acumulou:
queda de 0,15% na semana;
recuo de 3,51% no mês; e
perda de 7,62% no ano.

a
📈Ibovespa
No mesmo horário, o Ibovespa subia 0,36%, aos 132.540 pontos.
Na véspera, o índice teve alta de 0,57%, aos 132.068 pontos.
Com o resultado, o Ibovespa acumulou:
queda de 0,21% na semana;
avanço de 7,55% no mês; e
ganho de 9,80% no ano.

O que está mexendo com os mercados?
O que está mexendo com os mercados?
Apesar da semana com uma agenda significativa de dados no exterior, os mercados globais têm focado suas atenções nas expectativas para o dia 2 de abril, quando o presidente dos EUA, Donald Trump, promete anunciar uma série de tarifas recíprocas, como já indicado anteriormente.
Investidores, analistas, empresários e consumidores temem que as medidas tarifárias possam acelerar a inflação de uma gama de produtos e provocar uma recessão na maior economia do mundo, que já vem mostrando indícios de desaceleração nas últimas semanas.
Diante da incerteza, os agentes financeiros têm preferido segurar suas apostas para qualquer direção, mantendo o dinheiro nos ativos mais seguros, como o dólar, o que justificava a pouca volatilidade nesta sessão tanto no exterior quanto no Brasil.
Nos últimos dias, houve algum alívio nos mercados no tema das medidas comerciais, com autoridades do governo afirmando que Trump deve adiar a implementação de tarifas sobre setores específicos para além de 2 de abril.
O próprio presidente dos EUA também disse que alguns países podem receber “descontos” nas taxas a serem aplicadas na próxima semana.
“Poucos detalhes foram fornecidos pela administração sobre como pretendem implementar o plano de tarifas recíprocas, mantendo um elevado nível de incerteza… Caso o governo opte por aplicar tarifas apenas sobre produtos e países com altos diferenciais tarifários, o impacto sobre a economia americana seria mais limitado”, disseram analistas do BTG Pactual em relatório.
Enquanto isso, as expectativas de consumidores seguem se deteriorando. Relatório do Conference Board mostrou na terça que seu índice de confiança do consumidor caiu pelo quarto mês consecutivo em março e de forma mais acentuada que projeção em pesquisa da Reuters.
A preocupação de economistas é que o pessimismo dos consumidores possa refletir na economia real em breve, com queda do consumo e dos investimentos nos EUA, o que poderia contribuir para uma recessão.
Na cena doméstica, o mercado segue atento à trajetória da inflação brasileira e a consequente resposta do Banco Central, que divulgou a ata de sua mais recente reunião de política monetária na terça.
Na semana passada, o BC voltou a elevar a Selic em 1 ponto percentual, a 14,25% ao ano, sinalizando um novo aumento de menor magnitude no próximo encontro, em maio. Para os encontros seguintes, os membros apontam que a incerteza elevada não permite uma orientação clara.
Operadores precificam 61% de chance de uma alta de 0,5 ponto percentual na taxa de juros em maio, com 39% de possibilidade de um aumento de 0,75 ponto.
O contínuo aumento da Selic tem como resultado ampliação do diferencial de juros entre o Brasil e outros países, o que tende a ser positivo para o real devido à atração de investidores estrangeiros.
*Com informações da agência de notícias Reuters

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *