Renault Boreal: o novo concorrente de Compass e Corolla Cross
A Renault anunciou nesta terça-feira (14) a pré-venda do seu primeiro SUV de porte médio para o mercado brasileiro: o Boreal. Vendido em três versões, o preço inicial do carro é de R$ 179.990. (Veja mais abaixo os preços de cada uma das versões)
Como o g1 já mostrou em julho, o novo SUV da Renault chega para disputar espaço com Jeep Compass, Ford Territory e Toyota Corolla Cross. Veja a faixa de preço dos rivais:
Toyota Corolla Cross: de R$ 188.990 a R$ 219.890;
Jeep Compass: de R$ 169.990 a R$ 264.990;
BYD Song: de R$ 189.990 a R$ 299.800;
CAOA Chery Tiggo 7 Pro Max Drive: R$ 169.990;
GWM Haval H6: de R$ 199 mil a R$ 288 mil;
Volkswagen Taos: de R$ 206.990 a R$ 231.990;
Ford Territory: R$ 215 mil;
Honda ZR-V: R$ 214.500.
Apresentado globalmente a partir do Brasil, o lançamento reforça a importância do país na estratégia internacional da Renault, e adiciona mais um concorrente ao segmento de SUVs — o que mais cresce no mercado nacional.
De acordo com dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), os SUVs já representam 53% das vendas no país, superando com folga qualquer outro tipo de veículo.
Com o Boreal, a marca francesa completa sua linha de SUVs:
Atualmente, o Renault Kardian atua no segmento de entrada (categoria A), onde também concorrem o Fiat Pulse e o Volkswagen T-Cross.
O Duster representa a Renault no segmento B, competindo com modelos como Jeep Renegade, Hyundai Creta, Novo Chevrolet Tracker e os Volkswagen Nivus e T-Cross.
Agora, o Boreal chega para atender o consumidor que busca um veículo espaçoso, com bom porta-malas, dentro do chamado segmento C dos utilitários esportivos.
Embora seja um modelo global, o Boreal será direcionado a mercados fora da Europa.
Na Europa, a Renault já oferece o Bigster, da Dacia (sua subsidiária no Leste Europeu), e o Koleos, voltado para a Europa Ocidental, com uma proposta mais sofisticada.
Produzido na fábrica de São José dos Pinhais, no Paraná, o Boreal será exportado para 17 países da América Latina.
O novo SUV médio da Renault chega em três versões diferentes, disponíveis em seis cores: Evolution, Techno e Iconic.
Veja abaixo os preços de partida de cada uma das versões:
Boreal Evolution: R$ 179.990
Boreal Techno: R$ 199.990
Boreal Iconic: R$ 214.990
Renault Boreal: SUV rival de Compass e Corolla Cross no Brasil
Motorização
O Boreal já vem equipado com o motor 1.3 turbo de quatro cilindros, também utilizado no Duster e na picape Oroch. Esse propulsor entrega 163 cv de potência e 27,5 kgfm de torque.
Em termos de torque, o desempenho é semelhante ao do Jeep Compass, que também utiliza um motor 1.3 turbo da Stellantis. No entanto, tanto o Compass quanto o Toyota Corolla Cross entregam mais potência, com 176 cv e 177 cv, respectivamente.
Vale destacar que o SUV da Toyota, líder de vendas na categoria no acumulado do ano, é o único que ainda não adotou o “downsizing” — tendência que reduz o tamanho do motor e adiciona turbocompressor para melhorar a eficiência no consumo de combustível.
As versões também já contam com transmissão automatizada de dupla embreagem com seis marchas.
O Renault Boreal é equipado com transmissão automatizada de dupla embreagem com seis marchas
Divulgação | Renault
Embora o motor 1.3 turbo apresente bom desempenho no Duster e na Oroch, ainda não se sabe como ele se comportará no Boreal. O alerta é o caso do Compass, que utiliza o mesmo motor do Renegade: enquanto oferece desempenho empolgante no modelo menor, não impressiona tanto no SUV médio.
O g1 ainda não testou o Boreal, mas é possível estimar seu desempenho com base em modelos concorrentes. O portal avaliou o Ford Territory, SUV de porte semelhante e com números próximos de potência e torque.
O Territory entrega 169 cv e 25,5 kgfm de torque. Com esses números e peso superior a 1.600 kg, o desempenho não empolga. É suficiente para viagens em família sem grandes dificuldades, mas as ultrapassagens exigem atenção, especialmente com o veículo carregado.
Confira a ficha técnica do Boreal e de seus principais rivais:
Como mencionado anteriormente, o Boreal utiliza um câmbio automatizado de dupla embreagem com seis marchas. Nesse aspecto — apesar das semelhanças entre os motores turbinados —, as montadoras adotam soluções bastante distintas.
A Toyota, por exemplo, utiliza transmissão CVT. Ford e Renault optam pelo câmbio automatizado. A Jeep adota o câmbio automático convencional com conversor de torque.
Cada sistema tem seus prós e contras. A transmissão automatizada de dupla embreagem — no caso da Renault, com embreagem banhada em óleo — é a mais eficiente, oferecendo trocas de marcha mais rápidas. Isso permite equilibrar esportividade e economia de combustível.
Por outro lado, quando ocorrem falhas nesse tipo de câmbio, o reparo tende a ser mais caro e tecnicamente complexo.
O Renault Boreal tem 4,56 m de comprimento
Divulgação | Renault
A transmissão CVT (sigla para “transmissão continuamente variável”) funciona com duas polias cônicas e uma correia metálica, ajustando continuamente a relação de marchas. É semelhante ao sistema de marchas de uma bicicleta, mas com cones no lugar das catracas.
O CVT prioriza a eficiência no consumo, mantendo o motor sempre na faixa ideal de rotação. No entanto, não é a melhor opção para quem busca uma condução mais esportiva.
Já o câmbio automático convencional é o mais simples em termos de manutenção, mas não oferece a mesma eficiência do CVT nem a agilidade nas trocas proporcionada pela transmissão de dupla embreagem.
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Dimensões
O Boreal é maior que o Corolla Cross e o Compass, mas perde em comprimento para o Territory. Para garantir bom espaço interno, o entre-eixos do Renault é de 2,70 m — uma medida competitiva em relação aos modelos da Jeep e da Toyota, embora ainda fique 2 cm abaixo do oferecido pelo rival da Ford.
O espaço interno do Boreal é digno de elogios. No entanto, não chega a ser tão generoso quanto o do Territory. Acaba que o espaço interno de um carro é como um cobertor curto: ao cobrir um lado, acaba descobrindo outro.
Enquanto o SUV médio da Ford oferece mais conforto para os ocupantes, o porta-malas do Boreal se destaca com impressionantes 522 litros. Isso representa 74 litros a mais que o do Territory, 82 litros a mais que o do Corolla Cross e 112 litros a mais que o do Compass.
O SUV tem porta-malas com 522 litros de capacidade
Divulgação | Renault
O Boreal supera até mesmo o Fiat Fastback, um SUV cupê conhecido pelo amplo porta-malas de 516 litros, sendo referência em sua faixa de preço.
Esse bom aproveitamento de espaço é resultado da plataforma modular RGMP (Renault Group Modular Platform), que serve de base para diversos modelos da marca. Essa mesma estrutura é utilizada no Kardian, que é um SUV subcompacto.
A Renault também planeja lançar, sobre essa mesma base, o Niagara — um modelo ainda maior que o Boreal, embora sua chegada ao mercado brasileiro ainda não esteja confirmada.
O conceito Niagara, o próximo lançamento da Renault, é a picape do Boreal
Divulgação | Renault
Acabamento e equipamentos
Apesar do bom espaço interno, o acabamento das portas traseiras deixa a desejar. Elas são quase inteiramente revestidas em plástico, com exceção de uma pequena faixa de couro sintético na área do apoio de braço e do comando dos vidros elétricos.
Na parte traseira, há apoio de braço central com dois porta-copos, além de duas entradas USB-C para carregamento de dispositivos. E nesse quesito, o Boreal se destaca: há mais duas entradas USB-C na parte dianteira e um carregador por indução, permitindo que todos os cinco ocupantes carreguem seus celulares sem dificuldades.
Na frente, o acabamento é mais refinado. Há revestimentos em couro e materiais macios ao toque nas portas e no painel. É nesse conjunto que se destacam as luzes de ambientação, refletidas sobre uma superfície que imita aço escovado. O usuário pode escolher entre 48 opções de cores, de acordo com sua preferência.
O revestimento das portas traseiras deixou a desejar
Divulgação | Renault
O painel de instrumentos é composto por duas telas de 10,1 polegadas. A central multimídia é um dos grandes diferenciais do Boreal, pois já vem com o sistema Google Automotive nativo. Isso significa que o sistema possui conexão com a internet e permite a instalação de mais de cem aplicativos diretamente na central.
Com isso, o motorista não depende do celular nem de Android Auto ou Apple CarPlay. É possível instalar apps de navegação, música, streaming, academias e muito mais — como se fosse um smartphone integrado ao carro.
Os comandos de voz também são destaque: rápidos, precisos e capazes de controlar diversas funções do veículo, como o ar-condicionado, responder mensagens, consultar o status do carro, entre outros.
O painel de instrumentos de 10 polegadas também pode mostrar a navegação
Divulgação | Renault
O painel de instrumentos do Boreal funciona praticamente como uma extensão da central multimídia. Por ser totalmente configurável, permite exibir a navegação, além de informações essenciais como velocidade, conta-giros e nível de combustível.
Isso facilita a condução, já que o motorista pode manter o foco na estrada sem precisar alternar entre telas. É possível, por exemplo, deixar o trajeto no painel de instrumentos e, ao mesmo tempo, manter aplicativos de música e notícias — como o app do g1 — abertos na central multimídia.
Além disso, o Boreal conta com sistema de som Harman Kardon com dez alto-falantes e um pacote completo de assistências à condução (ADAS). Na versão avaliada pelo g1, os recursos incluem:
Piloto automático adaptativo;
Centralização e permanência em faixa;
Assistente de manutenção de faixa de emergência (detalhado abaixo);
Alerta de saída segura para os ocupantes;
Park Assist (recurso que o Ford Territory perdeu na linha 2025);
Câmera 360º;
Sensores de estacionamento dianteiros e traseiros;
Cinco modos de condução: Eco, Smart, Confort, Sport e Personalizável;
Assistente de manutenção de faixa de emergência (e-LKA): atua em situações críticas, como risco de saída involuntária da faixa, presença de veículos em sentido contrário ou ultrapassagens perigosas. O sistema emite alertas e realiza correções na direção para manter o carro na trajetória, reduzindo o risco de colisões.