Giorgio Armani morre aos 91 anos
O estilista italiano Giorgio Armani, ícone da moda mundial, morreu nesta quinta-feira (4), aos 91 anos. Fundador de um império no setor de luxo, ele viu sua fortuna saltar 124% nos últimos cinco anos, passando de US$ 5,4 bilhões (R$ 29,5 bilhões) em 2020 para US$ 12,1 bilhões (R$ 66 bilhões) neste mês.
O estilista ocupava na 234ª posição do ranking de bilionários da revista Forbes, à frente de nomes como o brasileiro André Esteves, dono do BTG Pactual (281º lugar), e do conterrâneo Patrizio Bertelli, ex-CEO do grupo de luxo Prada (817º).
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Símbolo do estilo moderno italiano e da elegância, Armani unia o talento de designer à visão empresarial, comandando uma companhia com faturamento anual de cerca de 2,3 bilhões de euros (R$ 14,6 bilhões).
Uma semana antes de morrer, o magnata da moda falou ao jornal inglês “Financial Times” sobre os planos de sucessão de sua marca. Armani não deixou filhos.
“Meus planos de sucessão consistem em uma transição gradual das responsabilidades que sempre assumi para aqueles mais próximos de mim”, disse à publicação.
Na entrevista, Armani citou como possíveis sucessores alguns familiares — sem revelar nomes — e o estilista Leo Dell’Orco, seu companheiro e diretor de design masculino da grife.
Embora não tenha citado quais familiares poderiam administrar o legado, uma reportagem da agência Reuters, publicada em 2023, apontou os nomes prováveis.
A Reuters teve acesso a documentos que indicavam que a sucessão de Armani estava sendo planejada para incluir sua irmã, Rosanna, além de três outros familiares: as sobrinhas Silvana e Roberta, e o sobrinho Andrea Camerana. Todos já atuam nas empresas e na fundação do estilista.
“Gostaria que a sucessão fosse orgânica e não um momento de ruptura”, comentou na entrevista publicada uma semana antes de sua morte.
“Criei um estilo de vida que eu definiria como um mundo de sofisticação natural, no qual nada é exagerado, mas tudo encontra um equilíbrio que, embora sussurrado, é rico em personalidade”, disse.
Armani era conhecido por estar envolvido em todos os processos de suas marcas. “Minha maior fraqueza é que quero controlar tudo”, afirmou o estilista.
Ele também afirmou na entrevista que, aos 91 anos, ainda supervisionava toda a direção criativa da marca. “Não sei se chamaria isso de workaholic, mas o trabalho duro é, sem dúvida, essencial para o sucesso”, disse.
O estilista italiano Giorgio Armani, ícone da moda mundial.
Reuters
‘Trabalhou até os últimos dias’
A morte de Armani foi anunciada nesta quinta-feira pela marca do estilista. Em nota, a Giorgio Armani afirmou que ele trabalhou até seus últimos dias.
“Sr. Armani, como sempre foi chamado com respeito e admiração pelos funcionários e colaboradores, faleceu pacificamente, cercado por seus entes queridos”, diz o texto.
“Incansável, trabalhou até os últimos dias, dedicando-se à empresa, às coleções, aos diferentes e sempre novos projetos em andamento e por vir”, finalizou o comunicado publicado nas redes sociais da marca.”
Construtor de um império no setor de luxo, Giorgio era um criador visionário, reconhecido por sua atuação em alta-costura, prêt-à-porter, acessórios, perfumes e joias, além de projetos de arquitetura de interiores e hotéis de luxo em cidades como Milão, Paris, Nova York, Tóquio, Seul e Xangai.
“Ele foi movido por uma curiosidade inexorável, atenção ao presente e as pessoas. Nesta jornada ele criou um diálogo aberto com o público, tornando-se uma figura amada e respeitada por sua capacidade de comunicar com todos”, seguiu a nota da empresa, que tem 50 anos de história.
O velório do estilista acontece neste sábado (6) e seguirá até domingo (7), em Milão. Atendendo a pedidos de Armani, o funeral acontecerá de forma privativa.
Giorgio Armani, 90, aceita aplausos após um dos desfiles de sua marca.
Antonio Calanni/ AP Photo
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