É #FAKE que onda de intoxicação por metanol tem relação com fim de sistema de monitoramento da Receita Federal em 2016


Receita Federal diz que extinção do Sicobe não tem relação com fiscalização de bebidas
g1
Circula na rede uma publicação que relaciona o fim do Sistema de Controle de Produção de Bebidas (Sicobe), da Receita Federal, ocorrido em 2016, à atual onda de intoxicação por metanol no Brasil. É #FAKE.
selo fake
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🛑O que diz a publicação?
Publicado na sexta-feira (3) no X, onde já teve mais de 36,4 mil visualizações, o post diz: “Lembram quando o Temer e a turma do Estado mínimo acabaram com a fiscalização?”.
O vídeo que acompanha o material mostra uma sucessão de imagens genéricas de bebidas alcoólicas e trechos de coletivas de imprensa e outras aparições públicas do ex-presidente Michel Temer.
Enquanto as imagens se sucedem, uma voz masculina diz: “Sabe o que as bebidas falsificadas com metanol podem ter em comum o desmatamento e crimes ambientais? A autorregulação. Em 2016, o governo Temer encerrou o controle sobre bebidas alcoólicas e deixou o mercado de álcool se fiscalizar sozinho. Deu nisso. Até um terço dos destilados vendidos no Brasil são falsificados”.
Criado para monitorar a fabricação de cervejas, refrigerantes e águas envasadas, o Sicobe foi extinto pela Receita Federal em 2016. O sistema contava o volume de produção e identificava marca e tipo de produto, mas não a qualidade das bebidas. Sua operação acabou repassada a uma empresa privada. Desde então, o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou ao menos duas vezes a reativação do mecanismo.
Em meio à crise do metanol, o Supremo Tribunal Federal (STF) vai retomar o julgamento que discute o restabelecimento. O caso será analisado pela Primeira Turma entre 17 e 24 de outubro.
📌 O conteúdo mentiroso viralizou em meio aos recentes casos de intoxicação por metanol no Brasil. O balanço divulgado pelo governo de São Paulo nesta quarta-feira (8) informou que subiu para cinco o número de mortos no estado.
🔍Usado industrialmente em solventes e outros produtos químicos, o metanol é um álcool altamente perigoso quando ingerido. Inicialmente, ataca o fígado, que o transforma em substâncias tóxicas que comprometem a medula, o cérebro e o nervo óptico, podendo causar cegueira, coma e até morte. Também pode provocar insuficiência pulmonar e renal.
⚠️ Por que isso é mentira?
Em 29 de setembro, a Receita Federal publicou em seu site uma “Nota de Esclarecimento”, dizendo ser falsa a correlação entre “a adição criminosa de metanol em bebidas destiladas disponibilizadas a consumidores com o desligamento do sistema de monitoramento denominado Sicobe”.
O texto diz: “O controle de destilados, como vodka, gin, whisky etc. é usualmente feito pela utilização de selos, que não têm relação, nem se confunde com o Sicobe”. Esses selos são impressos pela Casa da Moeda e colados nas tampas das garrafas.
Em 1º de outubro, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) também divulgou um comunicado sobre o tema, destacando que o sistema “acompanhava […] a quantidade exata de cervejas, refrigerantes e águas produzidas, além do tipo de produto, da embalagem e da marca”. “É importante lembrar que o Sicobe não avaliava a qualidade das bebidas, apenas media o volume produzido.”
A Receita descontinuou o sistema em 2016, alegando “obsolência técnica” e o alto custo envolvido na sua operação: “A Advocacia-Geral da União (AGU) argumenta que reativar o Sicobe custaria R$ 1,8 bilhão por ano — mais do que todo o gasto anual com os outros sistemas da Receita, que é de R$ 1,7 bilhão”, diz da Secom na nota.
O restabelecimento do Sicobe vai ser analisado pela Primeira Turma do STF, em plenário virtual, entre 17 e 24 de outubro. Além do impacto fiscal, os ministros devem avaliar se o sistema serve como ferramenta eficaz para rastrear a origem das bebidas e identificar produtos falsificados.
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