
Globo Repórter – 05.12.2025
De norte a sul, algumas cidades brasileiras se tornaram conhecidas não apenas pela paisagem, mas pelo que brota da terra. Cada região tem um produto que é símbolo de identidade, gera renda e movimenta a economia. O Globo Repórter desta sexta-feira (5) mostrou o que faz cada uma dessas localidades ser reconhecida — e os benefícios que isso traz para quem vive nessas regiões.
Alfredo Chaves (ES): reino do inhame
O reino do inhame fica no distrito de Urânia, na cidade de Alfredo Chaves (ES). São 600 famílias que produzem cerca de 50 mil toneladas por ano. O título de “Rei do Inhame” pertence ao agricultor Jandir Gratieri.
““Foi uma conquista, não foi uma coisa criada. A gente apresentou num Congresso Nacional a maior planta de inhame colhida dentro de uma cultivar tradicional, com 33 kg e 205 gramas. Aí a gente registrou e ela ficou a marca do rei do inhame”, conta Jandir.
Na mesa dos moradores, o inhame vira estrela em pratos típicos, como a “inhamada”, um ensopado de inhame com carne seca, que faz parte da culinária local. Além disso, o ingrediente é destaque em receitas como: pudim, suco e até sorvete.
“Inhamada”, um ensopado de inhame com carne seca
Reprodução/TV Globo
Petrolina (PE:) Terra da uva
No sertão nordestino, o Rio São Francisco faz milagres. Graças à irrigação, Petrolina se tornou a terra da uva. Em fazendas, por lá, a fruta vira suco, vinho e até uma cachaça.
“Tem um toquezinho de tanino no final que equilibra e dá aquele toque mais concentrado”, conta Izanete Tedesco, produtora rural.
Petrolina é conhecida como a terra da uva
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Presidente Dutra (BA): a capital mundial da Pinha
Em Presidente Dutra, na Bahia, a pinha — ou fruta-do-conde — é símbolo de prosperidade. A cidade ostenta o título de capital mundial da fruta, com mais de 32 mil toneladas anuais e dois mil empregos diretos. A polinização artificial, feita por mulheres conhecidas como “abelhinhas”, garante a qualidade e a produtividade.
“Além de ganhar dinheiro, a gente tem terapia”, conta Nilze Miranda, uma das polinizadoras.
Em Presidente Dutra, na Bahia, a pinha — ou fruta-do-conde — é símbolo de prosperidade
Reprodução/TV Globo
Juazeiro (BA): manga para o mundo
Juazeiro é referência nacional na produção de manga. Descendentes de japoneses foram pioneiros no cultivo comercial, e hoje a cidade exporta para diversos continentes. A produção movimenta cerca de 60 mil empregos na região e sustenta famílias há gerações. Além disso, a manga é estrela em pratos sofisticados e sobremesas que conquistam paladares no Brasil e fora dele.
“O que nos move é o orgulho de fazer parte dessa agricultura”, afirma Mário Otsuka, produtor que comanda 350 hectares.
Juazeiro é referência nacional na produção de manga
Reprodução/TV Globo
Atibaia (SP): a capital nacional do morango
Com clima favorável e tecnologia de cultivo, Atibaia se consolidou como a capital nacional do morango. A fruta gera renda para pequenos produtores e emprega centenas de pessoas. Hoje, técnicas de controle biológico garantem qualidade e sustentabilidade.
O morango virou símbolo da cidade, presente em festas, receitas e até no turismo rural.
“O morango foi uma revolução”, diz Rafael Mazieiro, produtor que investe em controle biológico para garantir qualidade.
Pastel de morango
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Valinhos (SP): orgulho do figo roxo
Valinhos é conhecida como a capital do figo roxo. A fruta, cultivada quase artesanalmente, sustenta famílias há décadas e é responsável por movimentar a economia local. O figo é rico em fibras e minerais, ajudando na digestão e na saúde geral.
Com manejo cuidadoso, há produção o ano todo, garantindo renda contínua para agricultores e fortalecendo a tradição que passa de geração em geração.
Já os figos, cultivados quase artesanalmente, sustentam famílias há gerações.
“Tudo que eu tenho veio do figo”, resume Orlando Arruda.
Valinhos (SP): orgulho do figo roxo
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Santa Maria de Jetibá (ES): a terra do gengibre orgânico
No coração das montanhas capixabas, Santa Maria de Jetibá é líder na produção de gengibre orgânico do Brasil. O clima e o solo fértil favorecem o cultivo, que hoje chega a mercados internacionais.
Além de movimentar a economia local, o gengibre é valorizado pelos benefícios: tem ação anti-inflamatória, antioxidante e até antibiótica, segundo pesquisadores da USP. E tudo isso com consumo em pequenas quantidades, como tempero ou suco.
Santa Maria de Jetibá (ES): a terra do gengibre orgânico
Reprodução/TV Globo
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