O dólar abre nesta terça-feira (21) em leve alta de 0,21%, cotado a R$ 5,3824. Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, começa a sessão às 10h.
Os investidores estão atentos à expectativa de um encontro entre o presidente Lula e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, além de discursos de dirigentes de bancos centrais.
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▶️ Nesta terça, o presidente da República embarca para uma viagem à Indonésia e à Malásia, onde vai participar da reunião da cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN). Há a expectativa de que Lula e Donald Trump, tenham um encontro reservado durante a cúpula.
▶️ Ainda no cenário local, o mercado repercute o pedido de recuperação judicial da Ambipar, empresa de gestão de resíduos, e o relatório de produção da Vale, a ser divulgado após o fechamento.
▶️ Nos índices econômicos, o destaque fica para o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M). Segundo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), o indicador registrou variação negativa de 0,38% na segunda prévia de outubro.
▶️ No exterior, os investidores também monitoram a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, fará um discurso em evento nesta manhã. Já o membro do conselho do Federal Reserve (Fed), Christopher Waller, discursa em eventos às 10h e às 16h30 (horário de Brasília).
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
a
Acumulado da semana: -0,63%;
Acumulado do mês: +0,91%;
Acumulado do ano: -13,09%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: +0,77%;
Acumulado do mês: -1,18%;
Acumulado do ano: +20,14%.
Boletim Focus
Os analistas do mercado financeiro voltaram a revisar para baixo as projeções de inflação para os próximos anos. Segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (29) pelo Banco Central, a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2025 caiu de 4,72% para 4,70%, marcando a terceira redução consecutiva.
Para 2026, a expectativa de inflação também foi ajustada, passando de 4,28% para 4,27%. Já para 2027 e 2028, as projeções recuaram de 3,90% para 3,83% e de 3,68% para 3,60%, respectivamente, indicando uma tendência de desaceleração gradual no horizonte mais longo.
No que diz respeito ao crescimento da economia, a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 subiu ligeiramente, de 2,16% para 2,17%. Para 2026, a expectativa permaneceu estável em 1,80%, sinalizando uma visão cautelosa dos analistas sobre o ritmo de expansão econômica nos próximos anos.
Além disso, o mercado manteve suas estimativas para a taxa básica de juros (Selic). A projeção para o fim de 2025 segue em 15% ao ano — atual patamar da taxa. Para 2026 e 2027, as expectativas continuam em 12,25% e 10,50% ao ano, respectivamente, refletindo uma perspectiva de queda gradual nos juros ao longo do tempo.
Trump ameaça taxar a China em 155%
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a ameaçar a China com tarifas nesta segunda-feira (20). Segundo o republicano, há a possibilidade de os EUA taxarem o gigante asiático com taxas de 155% a partir de 1º de novembro caso os dois países não consigam chegar a um acordo.
Trump declarou que pretende viajar à China no início de 2026 a convite de Pequim. Nas próximas semanas, a expectativa é que representantes dos dois países também se encontrem na Coreia do Sul para uma nova negociação.
“Acho que vamos nos sair muito bem com a China. A China não quer conflito”, disse Trump a jornalistas na Casa Branca. “Temos o melhor de tudo e ninguém vai mexer com isso… Acredito que vamos fechar um acordo comercial muito forte. Ambos ficaremos satisfeitos.”
Na última sexta-feira (17), o presidente dos EUA afirmou que a tarifa de 100% sobre produtos chineses não é sustentável, mas que ele foi forçado a adotá-la por conta da postura chinesa.
Trump afirma que a China está sempre buscando vantagem sobre os EUA nos acordos comerciais e busca um novo acordo com os chineses, assim como fez com outros países desde que retornou à Casa Branca, em janeiro.
O Brasil é um desses países — o chanceler Marco Vieira iniciou as negociações com os EUA em encontro com Marco Rubio na semana passada.
Em entrevista à Fox Business Network, o presidente americano voltou a falar sobre a necessidade de um acordo justo entre as duas maiores economias do mundo e admitiu que ainda não sabe qual será o desfecho do conflito comercial.
No sábado (18), a China concordou em fazer uma nova rodada de negociações comerciais com os Estados Unidos “o mais rápido possível”, após Trump impor tarifas de 100% a produtos chineses.
O acordo foi definido em uma videoconferência entre o vice-premiê He Lifeng e o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, em uma conversa descrita como “franca e construtiva”.
EUA em paralisação pelo 20º dia
A paralisação do governo dos EUA chega ao seu 20º dia nesta segunda-feira, tornando-se a terceira mais longa da história do país.
Desde o início do mês, mais de 750 mil servidores federais foram afastados de suas funções, enquanto outros, considerados essenciais — como militares, agentes de segurança e controladores de tráfego aéreo — seguem trabalhando sem garantia de pagamento.
O Senado deve realizar nesta segunda-feira a 11ª tentativa de votação para encerrar o impasse. Caso o projeto seja aprovado e sancionado por Donald Trump, a paralisação será encerrada.
Se não houver acordo, o bloqueio orçamentário continuará, ampliando os prejuízos econômicos, que já são estimados em US$ 15 bilhões por dia, segundo o secretário do Tesouro, Scott Bessent.
O principal ponto de divergência entre democratas e republicanos está na manutenção dos subsídios fiscais para quem compra planos de saúde pelo sistema conhecido como “Obamacare”.
Enquanto os democratas exigem que o benefício seja renovado, os republicanos querem discutir o tema separadamente, o que tem travado as negociações.
Bolsas globais
Nos Estados Unidos, os principais índices de Wall Street fecharam em alta nesta segunda-feira, impulsionados por ações de tecnologia e conforme investidores se preparam para uma série de balanços corporativos. Um relatório de inflação, previsto para ser divulgado no final desta semana, também pode abalar os mercados à frente.
O Dow Jones Industrial Average subiu 1,11%, para 46.704,50 pontos. O S&P 500 ganhou 1,07%, a 6.735,02 pontos, enquanto o Nasdaq Composite teve alta de 1,37%, para 22.990,54 pontos.
As bolsas europeias encerraram o pregão em alta, impulsionadas pela redução das preocupações com o setor bancário dos EUA.
A melhora no sentimento dos investidores levou à busca por ativos mais arriscados, com destaque para os setores industrial e de defesa, que se recuperaram das perdas da semana passada.
No fechamento, o índice pan-europeu STOXX 600 avançou 1,03%. Em Londres, o FTSE 100 subiu 0,52%, enquanto em Frankfurt o DAX teve alta de 1,80%. O CAC 40, em Paris, registrou leve ganho de 0,39%, e o FTSE MIB, em Milão, valorizou 1,52%. Em Madri, o IBEX 35 subiu 1,46%, e em Lisboa, o PSI20 teve alta de 0,71%.
Na Ásia, os mercados fecharam em alta, com destaque para Hong Kong, que teve o melhor desempenho em dois meses. A recuperação foi impulsionada pela expectativa de que o presidente dos EUA, Donald Trump, recue nas ameaças de novas tarifas contra a China.
Além disso, investidores acompanham uma reunião importante do Partido Comunista chinês, que deve traçar os rumos da economia para os próximos cinco anos.
No fechamento, o índice Nikkei, de Tóquio, subiu 3,37%. Em Hong Kong, o Hang Seng avançou 2,42%, enquanto o índice de Xangai teve alta de 0,63%. O CSI300, que reúne grandes empresas chinesas, subiu 0,53%.
Em Seul, o Kospi ganhou 1,76%, e em Taiwan, o Taiex teve alta de 1,41%. Cingapura manteve o mercado fechado nesta segunda-feira.
Dólar
Reuters/Lee Jae-Won/Foto de arquivo
*Com informações da agência de notícias Reuters.