O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (7) que a equipe econômica está realizando, a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, uma “radiografia” do setor de transportes públicos brasileiro para avaliar a possibilidade de implementar a chamada tarifa zero para a população.
Em entrevista ao programa “Bom dia, ministro”, da EBC, Haddad observou que esse já é um tema antigo no país.
“Nós sabemos que transporte público no Brasil, sobretudo urbano, ele é uma questão importante para o trabalhador. Nesse momento nós estamos fazendo radiografia do setor a pedido do presidente. Tem vários estudos que estão sendo recuperados pela Fazenda para verificar se existem outras formas mais adequadas de financiar o setor”, afirmou Haddad.
Entre os pontos que estão sendo avaliados pela área econômica, segundo ele, estão:
Quanto custa o setor
Quanto que o poder público está colocando de subsídio no setor
Quanto que as empresas mediante o vale transporte estão aportando no setor
Quanto que está saindo do bolso do trabalhador
Quais são os gargalos tecnológicos
Quais são as oportunidades tecnológicas.
“Nós vamos perseverar nesse estudo para apresentar uma radiografia do setor e nós verificamos quais são as possibilidades de melhorar isso que tem um apelo social muito forte”, acrescentou o ministro.
A discussão sobre a tarifa zero ganhou apelo nas redes sociais e agrada apoiadores do governo Lula, diante da possibilidade dos usuários não pagarem diretamente pelo uso de ônibus. Há dúvidas sobre a viabilidade financeira da proposta, porém avalia-se que é preciso debater o tema.
Nos últimos meses, em um ano que precede eleições presidenciais, o Palácio do Planalto tem encampado pautas favoráveis aos trabalhadores, a exemplo do fim da escala 6×1.
Na semana passada, a Câmara Municipal de Belo Horizonte rejeitou a proposta, que previa gratuidade nos ônibus municipais, sem distinção de linhas, horários ou segmento social, no prazo máximo de quatro anos.
A proposta era que empregadores com dez funcionários ou mais pagassem uma Taxa de Transporte Público (TTP), com isenção até o nono. O projeto também previa receitas de publicidade em ônibus e terminais, multas às concessionárias e de um fundo municipal.