Tarifaço: Haddad diz que Brasil não pode servir de ‘quintal de ninguém’

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (20) que o Brasil “não pode servir de quintal de ninguém” e que o país tem “densidade e importância” para manter sua soberania diante dos desafios geopolíticos atuais.
Segundo ele, a postura brasileira deve ser a de manter parcerias amplas, sem se alinhar de forma subordinada a qualquer potência.
“Temos tamanho, densidade e importância para garantir nossa soberania. Não podemos escolher um parceiro só, temos que ser parceiros de todo mundo: União Europeia, Ásia, Brics, Oriente Médio, Sudeste Asiático. Temos conversas profundas com a Índia, que é a maior população do mundo, e ainda temos uma relação comercial pequena com eles”, afirmou.
“Jamais passou pela nossa cabeça abrir mão da parceria com os EUA. Mas não nas condições que estão sendo colocadas. Sempre mantivemos nossa postura altiva e soberana no trato dos assuntos comuns a dois povos que têm uma história de 200 anos. Não há motivo para isso mudar, até porque o governo Trump é temporário, e Brasil e EUA são permanentes”, declarou.
Dados digitais e tecnologia
Haddad chamou atenção para o fato de que 60% dos dados digitais brasileiros hoje são processados fora do país, o que, na avaliação dele, representa um risco estratégico. Ele defendeu investimentos para desenvolver a indústria nacional de data centers e de inteligência artificial.
Crescimento e inflação
Haddad avaliou que o Brasil pode crescer em média 3% ao ano sem grandes surtos inflacionários, desde que mantenha investimentos em infraestrutura, educação, indústria e agricultura.
O ministro reconheceu, porém, que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 será menor que o de 2024. A desaceleração, segundo ele, é intencional, como forma de segurar a inflação. “Tivemos uma turbulência no primeiro semestre, a agenda acabou atrasando um pouco. Mas vejo no Congresso, em lideranças como Hugo Motta e Davi Alcolumbre, o desejo de fazer uma bela entrega em termos de Estado para a sociedade brasileira”, disse.

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