Produtores de tangerina estão na expectativa de boa coleita em Conceição do Castelo
As lavouras de tangerina ponkan estão carregadas em Conceição do Castelo, na Região Serrana do Espírito Santo. O município é o segundo maior produtor da fruta no estado, atrás apenas de Domingos Martins, e vive o pico da safra, que começou em maio e segue até o começo de agosto.
Segundo o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), a expectativa é de que a safra deste ano seja 30% maior que a de 2024, com a colheita estimada em mais de 120 mil caixas só na cidade.
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“A produção esse ano tá muito boa, deu bastante. Aqui minha produção é média de 2 mil caixas esse ano”, contou o produtor Darci Moreira.
Afinal, o ES produz Tangerina, mexerica ou ponkan?
Polo produtor de tangerina do Espírito Santo prevê safra 30% maior em 2025.
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De acordo com o extensionista do Incaper, Cleber Cássio Ferreira, apesar de parecerem a mesma fruta, tangerina e mexerica são produtos diferentes.
“A confusão entre as frutas é comum, mas existem diferenças. A primeira tem frutos maiores e é mais adocicada, a casca é mais solta e por isso descasca mais fácil. Já a mexerica é menor, com a casca mais lisa, fina e mais azeda’, pontuou.
E a ponkan? Segundo Cleber, a ponkan é uma variedade da tangerina, e corresponde a 99% do que é produzido em Conceição do Castelo e na maioria do chamado Polo da Tangerina, que reúne outros seis municípios: Venda Nova do Imigrante, Domingos Martins, Santa Maria de Jetibá, Marechal Floriano, Santa Leopoldina e Muniz Freire.
Produtividade
Todos os anos, são colhidas mais de 24 mil toneladas de tangerina ponkan na região Serrana do estado, com valor estimado em R$ 12 milhões.
“A produtividade no estado é muito boa e a saída também. Esse ano a colheita começou um pouquinho mais tarde, na metade de maio, e deve ir até o fim de julho, começo de agosto. Quanto mais alta a propriedade, mais tempo o agricultor consegue colher”, disse Cleber.
Polo produtor de tangerina do Espírito Santo prevê safra 30% maior em 2025.
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PRODUÇÃO DE CAQUI Em meio a outras culturas ganha espaço nas lavouras
Em Conceição do Castelo, cerca de 40 famílias produzem a fruta, todas ligadas à agricultura familiar. A diversidade nas propriedades permite que a tangerina seja cultivada em consórcio com outras culturas, como o café.
“Tem uns dois anos que a gente plantou cerca de 500 pés consorciados com o café, que é o modelo que está bem presente agora aqui, que facilita o manejo”, explicou a produtora Danielle Collodette.
Da colheita ao turismo
O sucesso da ponkan vai além da roça. O agroturismo também se beneficia da produção. Em algumas propriedades, como a de Douglas Gasparetto, os turistas podem viver a experiência de colher a própria fruta no sistema “colhe e pague”.
“Foi uma proposta dentro daquilo que a gente acreditou na propriedade, para o turista ter essa vivência da realidade da roça. A gente dá os instrumentos, eles têm essa experiência e ainda podem degustar à vontade, a gente não cobra”, explicou Douglas.
Frutas pequenas viram doces e bebidas
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Mesmo as tangerinas menores, que não têm tanta saída no comércio tradicional, têm destino garantido: viram doces, geleias e até bebidas.
“Nós começamos a fazer o pudim e a geleia de tangerina ponkan. Algumas frutas ficam pequenas e não vendem no comércio, e aí pensamos: ‘o que fazer pra aproveitar?’ Fizemos os doces e sempre temos as frutas da produção. Tem até bebida de tangerina”, contou a produtora e secretária de Agricultura do município, Marilene Dariva.
Clima favorece, mas mudanças preocupam
As condições de clima, solo e altitude favorecem o cultivo da tangerina ponkan em Conceição do Castelo. Mas os produtores estão atentos às mudanças climáticas, que têm alterado o comportamento das lavouras.
“Eu arrisco em afirmar que passamos por um tempo sem ter o período do inverno mesmo, isso favoreceu a proliferação de insetos que causam problemas na produção”, alertou Marilene.
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Suporte técnico e mercado aquecido
Para garantir qualidade e produtividade, os produtores contam com assistência técnica do Incaper, especialmente no controle de pragas e manejo.
“O Incaper tá sempre presente. A gente sabe que não é só o volume de produção, temos que oferecer produto que vai agregar lá na frente pra quem vai consumir”, destacou Danielle.
O técnico do Incaper, Cleber Cássio Ferreira, confirmou a expectativa positiva para 2025.
“Esse ano a gente vai ter uma superprodução, em relação ao ano passado. A tangerina tende a um ano produzir mais e outro menos, esse ano vai ser alta. Já estão sendo comercializadas, os produtores já estão vendendo”, apontou.
Segundo Cleber, grande parte da produção é destinada ao mercado interno, principalmente ao Rio de Janeiro.
“Temos ajuda de uma cooperativa de Cariacica que paga melhor do que o mercado e que está em parceria com os produtores pegando e comercializando essas tangerinas”, explicou.
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Mesmo com experimentos de outras variedades, a ponkan continua sendo a estrela da produção local.
“Nós temos um experimento com 10 variações de tangerina, mas a ponkan é destaque em Conceição. O fruto de Conceição do Castelo tem uma doçura diferente. O turista que vem pra cá percebe essa característica que, às vezes, comprando na gôndola do supermercado não é possível perceber”, acredita Douglas.
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