Revolução na economia brasileira, com vários países buscando por mais informações sobre a ferramenta, o PIX, sistema de transferências em tempo real desenvolvido pelo Banco Central brasileiro, está sendo questionado em processo aberto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
A informação foi divulgada na noite desta terça-feira (15) em investigação aberta pelo Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR, na sigla em inglês) contra o Brasil a pedido do presidente americano, Donald Trump.
“O Brasil também parece se envolver em uma série de práticas desleais com relação a serviços de pagamento eletrônico, incluindo, mas não se limitando a favorecer seus serviços de pagamento eletrônico desenvolvidos pelo governo”, diz o USTR.
O g1 entrou em contato com o Banco Central e com a Federação Brasileira de Banco (Febraban) e questionou se o PIX brasileiro pode ser considerado uma “prática desleal” de serviço de pagamento eletrônico pelo fato de ser gratuito e, com isso, retirar receita dos bancos (que investiram em sistemas de pagamento e transferência de recursos). Mas não obteve resposta até a última atualização dessa reportagem.
Recordes em 2024
No ano passado, o PIX bateu recorde de volume transferido em 2024 ao somar R$ 26,46 trilhões. O crescimento dos valores transferidos via PIX foi de 54,6% na comparação com 2023, quando as movimentações totalizaram R$ 17,12 trilhões (valor revisado).
O número de transações também bateu recorde no ano passado. Foram 63,5 bilhões de operações efetuadas contra 41,68 bilhões em 2023, de acordo com números oficiais do Banco Central.
Em novembro do ano passado, quando o PIX fez aniversário de quatro anos, o diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do Banco Central, Renato Gomes, comentou que o país estava próximo de ter toda a população adulta utilizando a ferramenta.
“Uma das coisas que mais impressionam é o uso do PIX por pequenos comerciantes, o microempreendedor individual, pelo sujeito que antes tinha dificuldade em oferecer um meio de pagamento digital aos seus clientes. Isso permitiu novos modelos de negócios, a pessoa que passa vender produto na rede social, que precisa de um pagamento instantâneo. E também incluiu muita gente que mora em regiões remotas, que não tem agência bancária”, avaliou o diretor do BC, Renato Gomes, no ocasião.