Novo Ford Territory: o que muda no SUV e quais as chances contra Jeep Compass e Toyota Corolla Cross


Nova geração chega com visual renovado, mais equipamentos e preço mantido. Veja o que o SUV oferece frente aos principais rivais no Brasil. Novo Ford Territory 2026
Rafael Leal/g1
A Ford continua focada no plano de disputar uma das fatias mais concorridas do mercado automotivo: a dos SUVs. Mas a missão não será simples.
O Territory ocupa atualmente a modesta 25ª colocação no ranking de emplacamentos de SUVs da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Foram vendidos apenas 2.315 unidades do SUV neste ano, muito atrás dos principais concorrentes.
Se a Ford está de olho em consumidores cativos de Toyota e Jeep, há uma estrada a percorrer. O Corolla Cross é o quarto SUV mais vendido do Brasil neste ano (30.090 unidades), enquanto o Compass ocupa a quinta posição (27.531 unidades).
Segundo a marca, a quantidade de veículos disponíveis no Brasil ainda é insuficiente para competir entre os líderes de vendas. A aposta da nova geração do utilitário, portanto, foi renovar o visual, adicionar equipamentos (e tirar outros) e manter o preço da versão anterior: R$ 215 mil.
O g1 testou o novo modelo e destaca suas chances entre os campeões de venda do mercado que abocanha 53% de todos os veículos vendidos no país.
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Novo Ford Territory 2026
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Origem do Territory e o que é um SUV do segmento C?
O Ford Territory continua sendo fabricado e importado da China, da fábrica da JMC Fushan, da cidade de Nanchang da Província de Jiangxi, assim como sua geração anterior. Demora de 30 a 45 dias para o carro chegar em solo brasileiro após deixar o gigante asiático.
O modelo chegou ao Brasil em agosto de 2020, mas foi lançado originalmente no Salão de Pequim, em 2016, como Yusheng S330 — fruto da parceria entre a Ford e a montadora chinesa Jiangling Motor Corporation.
Em agosto de 2023, o SUV de entrada da Ford ganhou a segunda geração e, agora, quase dois anos depois, mais um leve tapa no visual para ganhar força na disputa contra novos competidores que acabam de despontar, como o Renault Boreal.
O utilitário é um modelo do segmento C, ou seja, um SUV médio. No segmento A, dos utilitários esportivos subcompactos, brigam carros como Volkswagen Tera e Fiat Pulse. Já no B, dos compactos, estão veículos como Jeep Renegade e Volkswagen T-Cross.
Desenho mais limpo
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O novo Territory traz mudanças visuais na dianteira, laterais e rodas. As principais novidades em relação à geração anterior incluem:
Faróis redesenhados, agora integrados à grade frontal;
Nova grade com linhas retas, substituindo o antigo estilo inclinado;
Carroceria alongada em 55 milímetros.
Segundo os representantes da Ford do Brasil, o consumidor deste tipo de veículo (utilitário esportivo de porte médio) busca segurança, conforto, espaço e confiança na marca. O Territory pode ser adquirido em três novas cores (Verde Oásis, Azul Profundo e Cinza Dover), além das tradicionais Branco Bariloche, Cinza Catar e Preto Toronto.
Sob o capô, o SUV mantém o motor 1.5 EcoBoost turbo de 169 cv e 25,5 kgfm de torque, combinado com câmbio automatizado de sete marchas e dupla embreagem.
Com esse conjunto mecânico e nessa faixa de preço, o Territory disputa espaço com modelos como o Jeep Compass Longitude (R$ 211.990) e o Toyota Corolla Cross GR Sport (R$ 214.590). Vale lembrar que a versão híbrida do SUV da Toyota custa apenas R$ 5.300 a mais.
Mesmo com motor turbo, o Territory é o menos potente entre os três: entrega 169 cv, contra 177 cv do Corolla Cross com etanol e 176 cv do Compass. Além disso, o Ford só aceita gasolina, enquanto os outros dois são flex.
No torque, o Territory empata com o Compass, ambos com 27 kgfm, enquanto o Corolla fica atrás, com 21 kgfm. Veja abaixo a ficha técnica comparativa dos modelos:

Com este motor, o Territory não empolga. Esses SUVs médios — sobretudo o da Ford que tem 1.630, ou seja, é o mais pesado entre os concorrentes mostrados acima — são grandes, normalmente possuem porta-malas espaçoso e um bom espaço interno. Assim, são um belo convite para viagens em família.
Mas o desempenho pode ser um ponto negativo, e na categoria em sua totalidade. Tanto que o Territory tem a mesma aceleração de 0 a 100 km/h que o Jeep Compass, realizada em enfadonhos 10,3 segundos, segundo a Ford.
No teste curto realizado pelo g1 no evento de lançamento do modelo, foi possível constatar que o carro realmente precisa de mais fôlego. As ultrapassagens exigem que o motorista afunde o pé no acelerador para extrair os 169 cv.
E, por mais que os 25,5 kgfm de torque sejam superiores ao dos dois rivais mais importantes — e que surge em uma ótima faixa de rotação do motor que vai de 1.500 rpm a 3.500 giros –, o carro sofre para chegar a 120 km/h.
Equipamentos e destaques
Por dentro, o carro continua com os mesmos painel e central multimídia, ambos com 12,3 polegadas, mas os grafismos dos mostradores mudaram. Os bancos dianteiros possuem aquecimento e resfriamento. Há ainda 26 cores disponíveis para as luzes ambientes na cabine e o carro ganhou dois equipamentos importantes.
Um deles é um USB do tipo C para quem vai atrás, assim diminui a briga dos passageiros para carregar o celular. O outro, mais voltado para segurança, é o assistente de permanência em faixa, equipamento que faz parte do ADAS (sistema de auxílio ao motorista).
Entretanto, o Territory perdeu a tecnologia que auxiliava a colocar o carro numa vaga, o Park Assist. Segundo Ariane Campos, Supervisora de engenharia da Ford América do Sul, “este é um recurso não muito usado, o que detectamos via dados conectados. São mais usados recursos como câmera e sensores, visto que as pessoas preferem estacionar elas mesmas. E isso é global, não é algo exclusivo do Territory”
O carro da Ford continua vindo com seis airbags (dois frontais, dois laterais e dois de cortina). A lista de equipamentos do Territory supera a da versão intermediária do Compass em alguns pontos. Itens exclusivos do Ford Territory (não disponíveis no Compass Longitude):
Retrovisores rebatíveis eletricamente;
Faróis de neblina dianteiros e traseiros em LED;
Teto solar panorâmico elétrico;
Assentos dianteiros ventilados;
Banco do motorista com ajuste elétrico de 10 posições, aquecimento e resfriamento (incluindo lombar);
Banco do passageiro com ajuste elétrico de 4 posições, aquecimento e resfriamento;
Iluminação ambiente em LED;
Quatro modos de condução: Normal, Eco, Esportivo e Trilha (o Compass oferece apenas o modo Sport);
Carregador de celular por indução;
Central multimídia de 12,3″ (superior aos 10,1″ do Compass);
Painel de instrumentos de 12,3″ (contra 10,25″ do rival);
Partida remota com acionamento do ar-condicionado;
Porta-malas com abertura elétrica e função “mãos livres” (que também não tem no Corolla Cross);
Entradas USB tipo A e C na frente e traseira;
Sensor de estacionamento dianteiro;
Câmera 360° com visão panorâmica;
Monitoramento de ponto cego com alerta de tráfego cruzado.
Novo Ford Territory 2026
Rafael Leal/g1
Vai vender mais?
O Ford Territory ainda está longe de ser um dos SUVs mais vendidos do país. No primeiro semestre de 2025, foram emplacadas 2.315 mil unidades, mantendo sua presença nas posições mais baixas do ranking da Fenabrave.
Apesar disso, o Territory conseguiu crescer ao longo do tempo. As vendas em 2024 foram 4,2 vezes maiores do que em 2023.
Veja o histórico de desempenho:
2020: 36º lugar – 1.558 unidades;
2021: 34º lugar – 2.231 unidades;
2022: 40º lugar – 978 unidades;
2023: 35º lugar – 1.323 unidades;
2024: 26º lugar – 5.631 unidades.
No primeiro semestre de 2025, os principais concorrentes do Territory apresentaram desempenho superior, com exceção do Honda ZR-V.
Confira os números:
Toyota Corolla Cross: 30.090 unidades;
Jeep Compass: 27.531 unidades;
BYD Song: 17.846 unidades;
Caoa Chery Tiggo 7: 14.183 unidades;
GWM Haval H6: 12.673 unidades;
Volkswagen Taos: 8.550 unidades;
Ford Territory: 2.315 unidades;
Honda ZR-V: 1.230 unidades.
Segundo os executivos da Ford, a mudança nos emplacamentos se deve basicamente ao fato de o SUV ter recebido um visual que condiz com os anseios do mercado ocidental, um motor mais potente e recalibração de suspensão que o fizessem atender ao gosto do brasileiro.
“O aumento no número de vendas se deve à demanda. A atualização do veículo trouxe mais demanda, elevando o volume”, disse Dennis Rossini, gerente de marketing da Ford.
Ainda assim, a suspensão é mole demais e não passa tanta segurança em curvas de alta velocidade. Apesar de ser nova nessa renovação do modelo 2025, o ajuste poderia ser um pouco mais voltado para a esportividade, o que traria um balanço menor da carroceria.
Ainda é cedo para dizer, mas o trabalho que a Ford vem fazendo com o Territory tem tido efeito, basta confrontar os números de emplacamentos de 2025 e 2024 com os anos anteriores.
Tirando algumas falhas e a falta de fôlego, o carro tem tudo para conquistar mais consumidores com esta nova geração.

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