Moody’s eleva nota de crédito da Argentina em dois degraus e altera perspectiva para ‘estável’


Presidente da Argentina, Javier Milei.
Ciro De Luca/ Reuters
A agência de classificação de risco Moody’s elevou nesta quinta-feira (17) a nota de crédito da Argentina de “Caa3” para “Caa1”, um avanço de dois degraus. Ainda assim, o país permanece na categoria de risco alto de inadimplência — o que tende a afastar investidores. (veja mais abaixo)
A perspectiva da nota também foi alterada pela agência: passou de “positiva” para “estável”. Isso indica que serão necessários dados econômicos mais favoráveis para que haja uma nova melhora na classificação de crédito do país.
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“A elevação reflete nossa visão de que a ampla liberalização do câmbio e (em menor grau) dos controles de capitais, junto com um novo programa com o Fundo Monetário Internacional (FMI), apoiam a disponibilidade de moeda forte (dólar) e reduzem a pressão sobre as finanças externas”, afirmou a Moody’s em comunicado. “Isso reduz a probabilidade de um evento de crédito.”
A perspectiva estável, acrescentou a agência, reflete um equilíbrio entre os avanços positivos e os desafios de crédito que persistem — como a reorganização estrutural ainda limitada das contas externas e termos de troca menos favoráveis, que podem reduzir o superávit comercial.
A Moody’s havia elevado a nota da Argentina para “Caa3” em janeiro deste ano — o primeiro upgrade para a segunda maior economia da América do Sul em mais de cinco anos.
Em 2020, a agência havia rebaixado a classificação de crédito, quando as negociações para reestruturar a dívida do país tinham sido interrompidas por conta da pandemia, aumentando o risco de calote.
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Nota brasileira
No fim de maio, a Moody’s revisou perspectiva da nota de crédito do Brasil, que passou de “positiva” para “estável”. Apesar da mudança, o rating soberano do país foi mantido em Ba1, um nível abaixo do chamado grau de investimento — e seis degraus acima da nota argentina. Veja na tabela abaixo.
A classificação brasileira indica um “grau especulativo”, o que, segundo as agências de risco, aponta que o Brasil está menos vulnerável ao risco no curto prazo, mas segue enfrentando incertezas em relação a condições financeiras e econômicas adversas.
Veja as notas de crédito do Brasil (ratings) em todas as agências de risco
Kayan Albertin/Arte g1
Segundo a agência, a piora na perspectiva da nota brasileira ocorreu por conta da situação das contas públicas, especialmente pela “deterioração acentuada na capacidade de pagamento da dívida” do país.
Além disso, a Moody’s citou:
o avanço mais lento do que o esperado na redução da rigidez dos gastos públicos e na construção de credibilidade fiscal;
a capacidade limitada do governo de reduzir significativamente as vulnerabilidades fiscais e estabilizar a dívida no curto prazo;
e a estrutura da dívida pública, atrelada a juros variáveis e à inflação, o que torna o perfil fiscal altamente sensível às oscilações das taxas de juros.
“A capacidade do governo de reduzir de forma significativa as vulnerabilidades fiscais e estabilizar o nível da dívida no curto prazo continua limitada pela rigidez dos gastos e pelo aumento dos custos de financiamento”, escreveu a agência na ocasião.
* Com informações da agência de notícias Reuters.

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