O anúncio da aquisição do Banco Master pelo grupo Fictor foi recebido com surpresa e desconfiança por integrantes do mercado e até do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), responsável pelo mecanismo de proteção do sistema financeiro do país.
A desconfiança se dá pela pouca informação sobre o grupo Fictor e sua viabilidade financeira. No anúncio feito nesta segunda-feira, a holding afirmou que a compra se dará em parceria com um consórcio de investidores dos Emirados Árabes.
Segundo um integrante do FDC ouvido pelo blog, as incertezas sobre as condições para fazer os aportes necessários para honrar contratos do Master fazem da operação um negócio nebuloso.
Os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) vendidos pelo Master precisam seguir sendo honrados, caso não tenha recursos, o BC precisa optar pela liquidação. Nos últimos 45 dias, o Master vem negociando recursos com o FGC.
O Fundo Garantidor de Crédito foi criado em 1995 para proteger depositantes e investidores, o que dá estabilidade ao Sistema Financeiro Nacional. O FGC cobre individualmente até R$ 250 mil.
Ha ainda entre as fontes ouvidas pelo blog o temor de que o novo negócio seja mais uma forma de pressão sobre o Banco Central.
“Uma coisa é você dar um não. Outra, muito mais difícil, é dar dois”, afirmou.
O diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução, Renato Gomes, foi o responsável por chancelar a negativa do negócio entre o Master e o BRB, Banco de Brasília. Ele deixa a diretoria do BC no final de dezembro.
Para analistas que acompanham de perto as tentativas de negócio, o caminho natural da análise da compra do Master pela Fictor Holding seria uma dificuldade muito maior de aprovação pelo BC.
Mercado financeiro e Fundo Garantidor de Crédito veem com cautela compra do Banco Master pelo grupo Fictor
