No dia anterior, a moeda norte-americana caiu 0,47%, cotada a R$ 5,6916. Já o principal índice acionário da bolsa de valores brasileira encerrou em alta de 1,79%, aos 134.580 pontos, no maior patamar desde setembro de 2024. Notas de real e dólar
Amanda Perobelli/ Reuters
O dólar inicia o pregão desta sexta-feira (25) com os mercados de olhos em novos dados da inflação brasileira, com a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) — que é considerado a prévia oficial da inflação.
A expectativa dos mercados era de uma alta de 0,39% no IPCA-15 de abril.
Investidores também seguem reagindo aos desdobramentos do tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a guerra tarifária iniciada com a China.
Os mercados operam com maior otimismo após uma notícia de que o governo chinês pode flexibilizar suas taxas contra os produtos americanos.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda americana teve queda de 0,47%, cotada a R$ 5,6916.
Com o resultado, acumulou:
recuo de 1,94% na semana;
queda de 0,25% no mês; e
perda de 7,90% no ano.
a
📈Ibovespa
O Ibovespa começa a operar às 10h.
Na véspera, o índice teve alta de 1,79%, aos 134.580 pontos.
Com o resultado, o índice acumulou:
alta de 3,80% na semana;
avanço de 3,32% no mês; e
ganho de 11,89% no ano.
O que está mexendo com os mercados?
Os desdobramentos do tarifaço de Trump continuaram a ser o centro das atenções do mercado financeiro nesta quinta. Há otimismo no mercado sobre as negociações entre EUA e China, mas os índices não subiram mais por conta da incerteza sobre o desfecho.
Primeiro, Trump afirmou que líderes dos dois países conversaram pela manhã. Em seguida, o governo chinês indicou que não há nenhuma negociação em andamento. Mais tarde, o presidente americano reforçou que estão abertas as conversas.
As tarifas norte-americanas sobre os produtos chineses podem chegar a até 245%, enquanto as tarifas da China sobre as importações dos EUA estão em 125%. O comércio entre os países está praticamente inviabilizado.
“Como departamento competente na área de relações econômicas e comerciais com o exterior, gostaria de destacar que atualmente não há negociações econômicas, nem comerciais, entre a China e os EUA”, declarou o porta-voz do Ministério do Comércio chinês, He Yadong, em uma entrevista coletiva.
Os indicadores melhoraram porque, nos últimos dias, Trump abrandou o discurso sobre a taxação contra a China, sinalizando que um entendimento com o gigante asiático poderia “reduzir substancialmente” as tarifas aplicadas sobre os produtos chineses importados pelos EUA.
“Teremos uma negociação justa com a China”, disse Trump na quarta-feira (23).
Segundo a agência de notícias Reuters, fontes familiarizadas com o assunto afirmaram que a Casa Branca avalia a possibilidade de reduzir as tarifas sobre as importações chinesas enquanto aguarda as negociações dos EUA com Pequim. Trump, no entanto, ainda não teria tomado uma decisão.
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, também tem sinalizado a expectativa de uma redução nas tensões comerciais entre os dois países. “Há a oportunidade de um grande acordo entre Estados Unidos e China”, disse nesta quarta-feira.
“As tarifas entre EUA e China provavelmente terão que ser reduzidas para que possa haver alguma negociação comercial”, acrescentou, afirmando que as taxas estão “insustentáveis”.
Nesta quinta-feira, o otimismo foi intensificado por comentários do diretor do Fed, Christopher Waller, que avaliou que a disputa tarifária envolvendo os EUA pode elevar o desemprego rapidamente no país e, ao mesmo tempo, suscitar cortes de juros.
Já a presidente do Fed de Cleveland, Beth Hammack, pediu paciência em relação à política monetária em meio aos altos níveis de incerteza e não descartou mudanças na taxa de juros até junho, caso os dados sugiram a necessidade de ação.
O tarifaço também continua repercutindo devido aos últimos indicadores divulgados nos EUA, que já começam a mostrar seus efeitos.
O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) dos EUA indicou que a atividade empresarial do país desacelerou para o nível mais baixo em 16 meses em abril. O indicador foi divulgado nesta quarta-feira pela S&P Global.
Os dados também mostraram que os preços cobrados por bens e serviços subiram, em meio à incerteza causada pelas tarifas, reforçando os temores do mercado financeiro de uma estagflação que pode colocar o Federal Reserve em uma situação difícil.
“Os preços estão subindo e a atividade econômica começou a desacelerar em algumas partes do país, à medida que as empresas e as famílias tentam se adaptar ao estabelecimento de tarifas abrangentes do presidente dos EUA”, diz a equipe de análises da XP Investimentos.
Eles destacam ainda o Livro Bege, relatório do Fed, que “capturou as primeiras consequências das políticas de Trump, descrevendo uma corrida para a compra de carros antes do aumento das tarifas de importação”.
“Mas a atividade diminuiu, pois as empresas se esforçaram para manter o ritmo das mudanças e evitar grandes investimentos em meio ao que alguns descreveram como condições caóticas. Também houve relatos de preços que estavam mudando rapidamente ou prestes a subir acentuadamente, e indícios de demissões que estavam por vir”, afirma o relatório da XP.
*Com informações das agências de notícias AFP e Reuters.