Empresários brasileiros discutem tarifaço com vice-secretário de Estado dos EUA
O dólar inicia a sessão desta quinta-feira (4) no aguardo de indicadores econômicos dos EUA. O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, abre às 10h.
Os investidores acompanham hoje a divulgação de novos dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos, que podem balizar as expectativas de corte na taxa de juros americana. No cenário local, as atenções se voltam para a divulgação da balança comercial de agosto.
📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
a
Acumulado da semana: +0,56%;
Acumulado do mês: +0,56%;
Acumulado do ano: -11,77%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: -1,10%;
Acumulado do mês: -1,10%;
Acumulado do ano: +16,28%.
Produção industrial no Brasil
A indústria brasileira voltou a perder força no início do terceiro trimestre. Segundo o indicador divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção industrial recuou 0,2% em julho em relação ao mês anterior.
O movimento de queda do setor veio em um momento marcado pela política monetária mais restritiva (juros elevados) e pela guerra comercial dos EUA.
Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, houve avanço de 0,2% da produção. Com esses resultados, o setor está 15,3% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011.
Os resultados ficaram em linha com as expectativas em pesquisa da Reuters de recuo de 0,2% na comparação mensal e de ganho de 0,3% na anual.
Para a analista Sara Paixão, da InvestSmart XP, os números não mudam as perspectivas de que o Banco Central deve manter a Selic em 15% na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) neste mês, mas fortalece a tese de que o início do ciclo de corte de juros pode começar no início de 2026.
“Para consolidar essa projeção é necessário acompanhar os dados de inflação e atividade econômica que serão divulgados nos próximos meses”, acrescentou.
A indústria brasileira vem mostrando dificuldades para deslanchar este ano, diante de um cenário de política monetária restritiva com a taxa básica de juros Selic em 15% agravado agora pela política comercial dos EUA, com taxas de 50% sobre os produtos brasileiros que entraram em vigor em agosto.
Relatório Jolts
Nos EUA, as vagas em aberto — um indicador da demanda por trabalhadores — caíram em 176 mil, para 7,181 milhões no último dia de julho, segundo a pesquisa Jolts divulgada nesta quarta-feira pelo Departamento do Trabalho. A expectativa de economistas era de 7,378 milhões de postos não preenchidos.
As contratações subiram 41 mil em julho, totalizando 5,308 milhões. As demissões também aumentaram, em 12 mil, chegando a 1,808 milhão. Economistas apontam que o mercado de trabalho perdeu ritmo, influenciado pelas tarifas do presidente Donald Trump e pela redução na oferta de mão de obra, causada pela política de imigração do governo.
🔎 Os dados reforçam as apostas de um corte na taxa de juros, com os investidores precificando uma chance de 95,6% de um corte nos juros em setembro, de acordo com a ferramenta FedWatch do CME Group. Antes do Jolts, eram quase 92%.
Segundo pesquisa da Reuters com economistas, o relatório de emprego do governo, previsto para sexta-feira, deve indicar a criação de 75 mil vagas fora do setor agrícola em agosto, após apenas 3 mil em julho.
A média dos últimos três meses foi de 35 mil empregos por mês, bem abaixo dos 123 mil registrados no mesmo período de 2024.
A previsão é de que a taxa de desemprego suba de 4,2% em julho para 4,3%.
No mês passado, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, sinalizou um possível corte na taxa de juros na reunião marcada para 16 e 17 de setembro, ao reconhecer os riscos crescentes ao mercado de trabalho. Ele também alertou que a inflação segue como uma preocupação.
Bolsas globais
Nos EUA, os três principais índices de Wall Street fecharam mistos.
Nasdaq e S&P 500 subiram, impulsionados pelos papéis da Alphabet — após um juiz norte-americano decidir contra uma cisão da controladora do Google — e com investidores otimistas em relação a um possível corte de juros por parte do Federal Reserve (Fed, o banco central do país). O Dow Jones Industrial Average, por sua vez, fechou em queda.
Já os mercados europeus fecharam em alta, recuperando parte das perdas da sessão anterior. O movimento é uma resposta ao alívio nas preocupações fiscais que haviam pressionado os juros dos títulos públicos em países como Reino Unido, Alemanha e França. Além disso, investidores seguem atentos às incertezas sobre tarifas comerciais dos EUA.
Os principais índices da Europa registram ganhos: o Stoxx 600 subiu 0,65%, o DAX da Alemanha avança 0,80%, o FTSE 100 do Reino Unido teve alta de 0,67%, o CAC 40 da França avançou 0,86% e o FTSE MIB da Itália registrou valorização de 0,14%.
Na Ásia, as bolsas tiveram desempenho misto. Na China, as ações caíram com força após o desfile militar, especialmente no setor de defesa, já que investidores aproveitaram para vender papéis e garantir lucros. Esse movimento levou o índice de Xangai à maior queda diária em uma semana.
No fechamento, o índice de Xangai caiu 1,16%, enquanto o CSI300, que reúne grandes empresas chinesas, recuou 0,68%. Em Hong Kong, o Hang Seng perdeu 0,60%. Já em Tóquio, o Nikkei teve queda de 0,88%. Por outro lado, houve alta em Seul (+0,38%) e Taiwan (+0,35%).
Notas de dólar.
Dado Ruvic/ Reuters
*Com informações da agência de notícias Reuters