Dólar abre em queda com foco em fim do shutdown nos EUA e falas de Galípolo


Dólar cai a R$ 5,27 e atinge menor nível desde junho de 2024
O dólar inicia a sessão desta quarta-feira (12) em queda. Por volta das 9h05, a moeda americana recuava 0,05%, sendo negociada a R$ 5,2700. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, abre às 10h.
Os mercados iniciam o dia acompanhando eventos que podem influenciar decisões e expectativas. No exterior, a possível solução para a paralisação do governo americano domina as atenções, enquanto, no Brasil, indicadores econômicos e declarações do Banco Central entram no radar.
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▶️ Nos Estados Unidos, a Câmara deve votar hoje um acordo para retomar o financiamento das agências federais até janeiro de 2026. O presidente Donald Trump já sinalizou que sancionará o texto assim que for aprovado, o que pode encerrar o shutdown após 43 dias.
🔎 “Shutdown” significa paralisação. Nos EUA, o termo é usado para descrever quando o governo federal suspende parte de suas atividades por falta de aprovação, pelo Congresso, do orçamento anual ou de um financiamento provisório para os gastos públicos.
▶️ No Brasil, o destaque da manhã é a divulgação da Pesquisa Mensal de Serviços pelo IBGE, às 9h. O desempenho do setor é considerado um termômetro importante para o PIB e pode influenciar as projeções sobre os próximos passos do Banco Central, num momento em que parte do mercado revisa as projeções de juros.
▶️ Investidores também acompanham declarações do Banco Central. Às 10h, o presidente Gabriel Galípolo e diretores participam de coletiva, e à tarde Galípolo estará em evento da Bradesco Asset. Comentários sobre o início de um possível ciclo de cortes na taxa básica podem trazer volatilidade aos mercados.
▶️ A pesquisa Genial/Quaest divulgada hoje deve ter impacto limitado nos ativos. O levantamento confirma sinais já antecipados pelo mercado sobre uma interrupção na tendência de melhora da aprovação do governo Lula, apontada por sondagens recentes.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar

a
Acumulado da semana: -1,19%;
Acumulado do mês: -1,99%;
Acumulado do ano: -14,68%.
📈Ibovespa

Acumulado da semana: +2,39%;
Acumulado do mês: +5,49%;
Acumulado do ano: +31,15%.
Ata da Copom
O Banco Central informou nesta terça-feira (11) que o cenário para a economia tem se desenrolado conforme o esperado, e que já tem uma “maior convicção” de que a taxa de juros atual é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta.
As avaliações constam na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, ocorrida na semana passada, quando a taxa básica de juros foi mantida estável em 15% ao ano – o maior nível em quase 20 anos. Foi a terceira manutenção seguida do juro neste patamar.
“Endossando o cenário esperado do Comitê até aqui, há uma moderação gradual da atividade em curso, certa diminuição da inflação corrente e alguma redução nas expectativas de inflação”, informou o Banco Central.
Não há, porém, uma indicação de quando a taxa Selic pode começar a ser reduzida. O mercado financeiro projeta o início do ciclo de corte dos juros básicos da economia a partir de janeiro de 2026.
“Mantém-se a interpretação de uma inflação pressionada pela demanda e que requer uma política monetária contracionista [juro alto] por um período bastante prolongado”, informou. E acrescentou:
“O Comitê seguirá vigilante e não hesitará em retomar o ciclo de alta se julgar apropriado. Reafirmou-se o firme compromisso com o mandato do Banco Central de levar a inflação à meta”, acrescentou a autoridade monetária.
Inflação de outubro
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, ficou em 0,09% em outubro, segundo dados divulgados pelo IBGE.
O resultado veio abaixo da expectativa do mercado, que previa um aumento entre 0,10% e 0,16% nos preços.
➡️ O dado representa uma desaceleração de 0,39 ponto percentual em relação à taxa de 0,48% observada em setembro.
➡️ No acumulado do ano, o indicador soma alta de 3,73%, e em 12 meses, a variação ficou em 4,68%, abaixo dos 5,17% registrados no período anterior.
➡️ Em outubro de 2024, o IPCA havia avançado 0,56%.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, três tiveram variação negativa no mês: Artigos de residência (-0,34%), Habitação (-0,30%) e Comunicação (-0,16%). Entre os grupos com alta, os resultados variaram de 0,01% em Alimentação e bebidas a 0,51% em Vestuário.
A queda de 0,30% em Habitação foi influenciada principalmente pela redução de 2,39% na energia elétrica residencial, que exerceu o maior impacto negativo no índice do mês (-0,10 p.p.)
O recuo reflete a troca da bandeira tarifária vermelha patamar 2, vigente em setembro, pela vermelha patamar 1, que reduziu a cobrança extra na conta de luz de R$ 7,87 para R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos.
Paralisação do governo americano no 42º dia
A paralisação do governo dos Estados Unidos chegou ao 42º dia, com expectativa de encerramento nos próximos dias. Na segunda-feira, o Senado aprovou uma proposta de financiamento temporário, elaborada no domingo, com apoio de oito democratas que se juntaram aos republicanos.
O texto agora segue para votação na Câmara dos Representantes, prevista para as 16h (horário de Brasília).
O presidente Donald Trump declarou apoio à medida, aumentando as chances de que o projeto seja sancionado e ponha fim ao impasse.
“Temos apoio suficiente de democratas e vamos reabrir o nosso país”, disse ele a jornalistas na segunda-feira.
A proposta prevê o funcionamento do governo até 30 de janeiro de 2026, além de garantir o pagamento retroativo a funcionários como os controladores de tráfego aéreo, que foram criticados por Trump por se ausentarem do trabalho durante o período sem remuneração.
A paralisação já provoca impactos em diversos serviços, incluindo o cancelamento de mais de mil voos apenas na terça-feira. Programas federais como o de Assistência Nutricional Suplementar (SNAP), também enfrentam instabilidade, após o governo orientar estados a suspenderem pagamentos iniciados no fim de semana.
Bolsas globais
Em Wall Street, os mercados fecharam sem direção única, com investidores preocupados com a valorização excessiva das ações de tecnologia. Ao mesmo tempo, o clima foi de expectativa em torno do fim da paralisação do governo, que já dura mais de 40 dias.
Por lá, dados de emprego da ADP mostraram que, nas últimas quatro semanas até 25 de outubro, empresas privadas cortaram em média 11.250 empregos por semana, o que também contribui para o clima de cautela.
O índice Dow Jones atingiu um novo recorde de fechamento após subir 1,18%, aos 47.927,96 pontos. O S&P 500 avançou 0,22%, aos 6.847,36 pontos, enquanto o Nasdaq caiu 0,25%, aos 23.468,30 pontos, influenciado pela queda de quase 3% nas ações da Nvidia.
Enquanto isso, as bolsas europeias fecharam em alta, dando continuidade ao movimento positivo da véspera. O bom desempenho foi impulsionado por balanços corporativos e dados econômicos locais, além da expectativa de que a paralisação do governo americano esteja próxima do fim.
O índice FTSE 100, da Bolsa de Londres, subiu 1,15%, encerrando o dia em 9.899,60 pontos e renovando seu recorde de fechamento. O STOXX 600 avançou 1,33%, aos 580,41 pontos.
Em Frankfurt, o DAX teve alta de 0,53%, aos 24.088,06 pontos, enquanto o CAC 40, de Paris, ganhou 1,25%, aos 8.156,23 pontos.
Na Ásia, os mercados fecharam mistos. Na China, investidores realizaram lucros em meio à ausência de novos fatores que impulsionem os negócios. Analistas projetam crescimento de 4,5% para a economia chinesa em 2026, com exportações em queda e o setor imobiliário ainda em desaceleração.
Em Hong Kong, a fabricante de veículos elétricos Xpeng teve forte valorização após anunciar novos modelos de robotáxi com testes previstos para 2026.
O índice Nikkei, de Tóquio, caiu 0,14%, fechando em 50.842 pontos. Em Xangai, o SSEC recuou 0,39%, a 4.002 pontos, e o CSI300 perdeu 0,91%, a 4.652 pontos. Já o KOSPI, de Seul, subiu 0,81%, a 4.106 pontos.
Em Taiwan, o TAIEX caiu 0,30%, a 27.784 pontos, enquanto o índice Straits Times, de Cingapura, avançou 1,20%, a 4.542 pontos.
*Com informações da agência de notícias Reuters.
Dólar
Karolina Kaboompics/Pexels

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