Dólar abre com mercado atento a dados econômicos e à condenação de Bolsonaro


Bolsonaro condenado: imprensa internacional repercute sentença
O dólar iniciou a sessão desta sexta-feira (12) de olho em dados do Brasil e dos Estados Unidos. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, abre às 10h.
Após o Ibovespa renovar sua máxima histórica na véspera e o dólar recuar aos níveis de julho de 2024, tocando a mínima de R$ 5,37, os investidores iniciam o dia atentos à divulgação de novos indicadores econômicos no Brasil e nos Estados Unidos. No radar do mercado também estão possíveis retaliações do governo Donald Trump, em reação à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro.
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Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar

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Acumulado da semana: -0,39%;
Acumulado do mês: -0,55%;
Acumulado do ano: -12,75%.
📈Ibovespa

Acumulado da semana: +0,36%;
Acumulado do mês: +1,22%;
Acumulado do ano: +19,01%.
Julgamento de Bolsonaro
A Primeira Turma STF formou maioria nesta quinta-feira para condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus por todos os crimes dos quais foram acusados pela Procuradoria-Geral da República na Trama Golpista.
O placar chegou a 3 votos a 1 após a ministra Cármen Lúcia acompanhar o relator, Alexandre de Moraes, e o ministro Flávio Dino. Os três votaram pela condenação de Bolsonaro, seus ex-auxiliares e militares.
Os crimes pelos quais já há maioria pela condenação de Bolsonaro de mais sete réus são:
Golpe de Estado
Abolição violenta do Estado Democrático de Direito
Organização criminosa
Dano qualificado contra patrimônio da União
Deterioração de patrimônio tombado
No caso do réu Alexandre Ramagem, ele é o único que os ministros estão excluindo de dois crimes: dano qualificado contra o patrimônio da União e deterioração do patrimônio tombado.
Os oito réus são:
Jair Bolsonaro: ex-presidente da República
Walter Braga Netto: general, ex-ministro de Bolsonaro e candidato a vice na chapa do ex-presidente
Mauro Cid: tenente-coronel, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator
Almir Garnier: ex-comandante da Marinha
Alexandre Ramagem: ex-diretor da Abin e deputado federal
Augusto Heleno: general e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional
Paulo Sérgio Nogueira: general e ex-ministro da Defesa
Anderson Torres: ex-ministro da Justiça
O mercado já via como praticamente inevitável a condenação de Bolsonaro. A preocupação, no entanto, é que a decisão possa gerar novas reações negativas do governo dos EUA, que já aplicou tarifas adicionais ao Brasil citando o julgamento do ex-presidente como justificativa.
Inflação e emprego nos EUA
Segundo o Departamento do Trabalho dos EUA, os preços ao consumidor subiram mais do que o esperado em agosto, e o avanço anual foi o maior registrado em sete meses.
O Índice de Preços ao Consumidor (CPI) subiu 0,4% em agosto, após alta de 0,2% em julho.
No acumulado de 12 meses até agosto, o índice avançou 2,9%, o maior aumento desde janeiro, superando os 2,7% registrados no mês anterior.
A expectativa de economistas era de uma alta de 0,3% em relação a julho e de 2,9% no comparativo anual.
O resultado do CPI pode intensificar preocupações com uma possível combinação de inflação alta e economia fraca, especialmente após dados negativos sobre o mercado de trabalho.
Isso porque os pedidos de auxílio-desemprego aumentaram 27 mil, para 263 mil, em base ajustada sazonalmente, na semana encerrada em 6 de setembro. Economistas consultados pela Reuters previam 235 mil pedidos para a última semana.
O impacto das tarifas impostas pelo presidente Donald Trump tem sido gradual, mas os preços podem subir nos próximos meses, já que muitas empresas já utilizaram os estoques anteriores às tarifas.
Apesar do resultado do CPI, a expectativa é que os dados não devem impedir o corte de juros aguardado pelo banco central americano na próxima semana, diante da fragilidade do mercado de trabalho.
“A inflação mostra certa persistência e dificuldade de estabilização, mas, apesar de o número não ser positivo, isso não deve mudar a expectativa dos investidores de que o Fed vai cortar os juros na decisão marcada para 17 de setembro”, avalia Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.
Para o especialista, embora os riscos para a inflação continuem altos — devido às tarifas de importação aplicadas pelo governo Trump, à desvalorização do dólar ao longo do ano, que encarece os produtos importados, e à redução do fluxo migratório, que limita o crescimento da força de trabalho e torna o mercado mais restrito — os números da inflação neste ano estão abaixo das previsões de economistas e analistas.
“Por outro lado, os sinais de desaceleração da atividade econômica, que também preocupam, já começam a aparecer com mais clareza nos dados e indicadores”, reforça.
Bolsas globais
Em Wall Street, os principais índices de ações fecharam em alta nesta quinta-feira, após os dados mais recentes do mercado de trabalho e da inflação reforçarem a expectativa de que o Federal Reserve cortará a taxa de juros na próxima semana.
O Dow Jones subiu 1,36%, aos 46.108 pontos. O S&P 500 avançou 0,85%, aos 6.587,47 pontos, atingindo novo recorde, enquanto o Nasdaq Composite subiu 0,72%, a 22.043,08 pontos, também em máxima histórica.
Na Europa, os mercados terminaram o dia em alta, com os investidores repercutindo a decisão amplamente esperada do Banco Central Europeu de manter as taxas de juros inalteradas.
No fechamento, o índice geral da Europa, STOXX 600, subiu 0,55%. Em Londres, o FTSE avançou 0,78%; em Frankfurt, o DAX valorizou 0,30%; em Paris, o CAC-40 ganhou 0,80%; em Milão, o FTSE/MIB subiu 0,89%.
Na Ásia, os mercados fecharam com resultados mistos. Na China, o otimismo com avanços em tecnologia, especialmente inteligência artificial, impulsionou os índices, apesar de preocupações com possíveis restrições dos EUA a medicamentos chineses.
O índice de Xangai subiu 1,65%, enquanto o CSI300, que reúne grandes empresas chinesas, avançou 2,31%. Em Tóquio, o Nikkei teve alta de 1,22%. Já em Hong Kong, o Hang Seng caiu 0,43%. Outros destaques incluem Seul (+0,9%), Taiwan (+0,09%), Cingapura (+0,22%) e Sydney, que registrou queda de 0,29%.
Dólar
Reuters/Lee Jae-Won/Foto de arquivo
*Com informações da agência de notícias Reuters

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