Lula é o primeiro a discursar na Assembleia Geral da ONU nesta terça (23)
O dólar inicia a sessão desta terça-feira (23) de olho na ata do Copom. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa, abre às 10h.
📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça
▶️ O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa hoje da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, onde abrirá o debate e deve apresentar um contraponto a Donald Trump.
Embora não esteja previsto um encontro oficial, há expectativa de que Lula e Trump se cruzem nos corredores da sede das Nações Unidas — e de que cada um acompanhe o discurso do outro.
▶️ Antes da abertura dos mercados, o Banco Central publicou a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que decidiu manter a taxa básica de juros (Selic) em 15% ao ano. O texto ressaltou o impacto positivo da desvalorização do dólar sobre a inflação, mas continua indicando que os juros devem permanecer elevados por um período “bastante prolongado”.
▶️ Nos Estados Unidos, os investidores estão atentos aos pronunciamentos de dirigentes do banco central. O destaque do dia será às 13h45, quando o presidente do Fed, Jerome Powell, participa de um evento público. Antes disso, Michelle Bowman fala às 10h e Raphael Bostic às 11h.
▶️ Além dos pronunciamentos, serão divulgados dados relevantes da economia americana. Às 10h45, saem os índices de setembro que avaliam o desempenho da indústria e do setor de serviços.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
a
Acumulado da semana: +0,33%;
Acumulado do mês: -1,55%;
Acumulado do ano: -13,63%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: -0,51%;
Acumulado do mês: +2,61%;
Acumulado do ano: +20,65%.
Ata do Copom
O Banco Central avaliou nesta terça-feira (23) que a queda recente do dólar e a desaceleração do ritmo de crescimento da economia contribuem para o controle da inflação, mas observou que as projeções para os preços nos próximos anos ainda seguem acima da meta.
Informou, ainda, que a inflação de serviços tem se mantido mais resiliente (resistente) por conta de um “mercado de trabalho que segue dinâmico” e a uma atividade que tem apresentado moderação gradual. O BC tem dito que a desaceleração da economia é necessária para conter a inflação.
“Para além das variações dos itens, ou mesmo das oscilações de curto prazo, os núcleos de inflação têm se mantido acima do valor compatível com o atingimento da meta há meses, corroborando a interpretação de uma inflação pressionada pela demanda e que requer uma política monetária contracionista [juro alto] por um período bastante prolongado”, diz o Banco Central.
O BC disse entender que a “reancoragem” (queda) das expectativas de inflação às metas definidas para os próximos anos “exige perseverança, firmeza e serenidade”.
As informações constam na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) da instituição, realizada na semana passada, quando a taxa básica de juros da economia foi mantida estável em 15% ao ano. Esse é o maior nível da taxa Selic em quase 20 anos.
Novas sansões a brasileiros
O governo dos EUA voltou a impor sanções a brasileiros, em uma ação vista como retaliação à decisão do STF, que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro, aliado de Donald Trump, a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado em agosto.
Entre os alvos está Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro do STF Alexandre de Moraes. Com base na Lei Magnitsky, a designação bloqueia todos os eventuais bens de Viviane nos EUA, além de atingir qualquer empresa a ela vinculada.
Nesta segunda-feira, o governo Trump também revogou o visto de outras cinco autoridades brasileiras, em mais uma medida de retaliação contra integrantes do governo e do Judiciário. São elas:
José Levi, ex-AGU e ex-secretário-geral de Alexandre de Moraes no TSE;
Benedito Gonçalves, ex-ministro do TSE;
Airton Vieira, juiz auxiliar de Alexandre de Moraes no STF;
Marco Antonio Martin Vargas, ex-assessor eleitoral;
Rafael Henrique Janela Tamai Rocha, juiz auxiliar de Moraes.
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou que novas sanções poderão ser aplicadas a outras autoridades brasileiras “se necessário”.
Ele alertou ainda que instituições financeiras brasileiras que mantiverem relações com pessoas sancionadas também poderão ser punidas.
Questionado sobre a possibilidade de novas autoridades brasileiras serem incluídas, Bessent respondeu a repórteres: “Se necessário. E qualquer instituição financeira brasileira que se relacione com pessoas sancionadas deve considerar essas ações com cautela”.
Indagado sobre a inclusão da esposa de Moraes na lista, Bessent declarou: “Não existe Clyde sem Bonnie”, em referência ao casal de criminosos norte-americanos que atuou durante a Grande Depressão.
Bolsas globais
Em Wall Street, os mercados fecharam na segunda-feira (22) em alta, renovando níveis recordes da sessão anterior.
A principal razão para essa mudança foi a preocupação dos investidores com as novas políticas de vistos anunciadas pelo presidente Donald Trump, que geraram incertezas sobre o impacto que podem ter na economia — especialmente em setores que dependem de trabalhadores estrangeiros, como o de tecnologia.
O índice Dow Jones subiu 0,14%, para 46.381,54 pontos, enquanto o S&P 500 avançou 0,44%, para 6.693,77 pontos, e o Nasdaq Composite teve alta de 0,70%, para 22.788,98 pontos.
Na Europa, os mercados encerraram o dia sem rumo definido, ainda sob influência das preocupações relacionadas às políticas de vistos dos EUA.
O desempenho fraco de grandes empresas, como Porsche e Volkswagen, também reforçou o clima de cautela. A Porsche recuou após cortar suas projeções de lucro e adiar lançamentos de carros elétricos, movimento que impactou diretamente a Volkswagen, sua principal acionista.
Entre os principais índices, o STOXX 600 recuou 0,13%. Na Alemanha, o DAX caiu 0,48%, e na França, o CAC 40 perdeu 0,30%. Já o FTSE 100, do Reino Unido, destoou dos demais e avançou 0,11%.
Na Ásia, os mercados fecharam com resultados mistos. O destaque positivo veio da China, onde ações de empresas fornecedoras da Apple e do setor de chips subiram, impulsionadas por sinais de avanço nas negociações entre os Estados Unidos e a China.
No fechamento, o índice de Xangai subiu 0,22%, e o CSI300 avançou 0,46%. Em Tóquio, o Nikkei teve alta de 0,99%, chegando a 45.493 pontos. Já em Hong Kong, o Hang Seng caiu 0,76%, para 26.344 pontos.
Outros destaques incluem o KOSPI, da Coreia do Sul, que subiu 0,68%; o TAIEX, de Taiwan, com alta de 1,18%; e o S&P/ASX 200, da Austrália, que avançou 0,43%. Por outro lado, o índice de Singapura teve leve queda de 0,12%.
Notas de real e dólar
Amanda Perobelli/ Reuters