Dólar abre atento às expectativas do Boletim Focus


O dólar inicia a sessão desta segunda-feira (8) reagindo a dados internacionais do petróleo. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, abre às 10h.
Em um dia com poucos indicadores econômicos programados para divulgação, os investidores devem reagir à alta do petróleo no mercado internacional — que pode impactar tanto o valor das ações de empresas do setor, quanto provocar instabilidade no câmbio. No cenário local, investidores reagem às projeções do Boletim Focus.
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Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar

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Acumulado da semana: -0,17%;
Acumulado do mês: -0,17%;
Acumulado do ano: -12,41%.
📈Ibovespa

Acumulado da semana: +0,86%;
Acumulado do mês: +0,86%;
Acumulado do ano: +18,59%.
IPP no Brasil
Os preços ao produtor no Brasil recuaram 0,3% em julho sob influência do setor de alimentos, marcando a sexta taxa negativa consecutiva, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.
A queda, no entanto, perdeu força após deflação de 1,27% em junho, levando o Índice de Preços ao Produtor (IPP) a acumular em 12 meses avanço de 1,36%.
Entre as 24 atividades analisadas, o IBGE apontou que 12 tiveram quedas de preços na comparação mensal.
As maiores influências no resultado geral de julho foram exercidas por alimentos (-0,33 ponto percentual), metalurgia (-0,11 p.p.), indústrias extrativas (0,10 p.p.) e fabricação de máquinas e equipamentos (0,06 p.p.).
“A influência mais intensa, do setor de alimentos, foi negativa e ajuda a explicar o resultado geral da indústria. Excluindo os alimentos, as demais atividades tiveram, somadas, uma influência positiva, de 0,03 ponto, ou seja, grande parte dos motivos para o IPP permanecer no campo negativo em julho vem da queda dos alimentos”, explicou Murilo Alvim, gerente do IPP.
Em termos de variação, os destaques foram indústrias extrativas (+2,42%), metalurgia (-1,65%), produtos de metal (-1,54%) e perfumaria, sabões e produtos de limpeza (+1,41%).
O setor de alimentos teve queda de 1,33%, a sexta no ano, mas também menos intensa do que a taxa de junho (-3,42%).
BC endurece medidas de segurança do PIX
Após ataques de “hackers” a instituições financeiras, o Banco Central anunciou nesta sexta-feira (5) medidas para reforçar a segurança do sistema financeiro. Os atos foram aprovados pela diretoria da autarquia.
Em entrevista coletiva, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que os ataques foram feitos pelo crime organizado.
Para Galípolo, as chamadas fintechs e os grandes bancos – sediados na Avenida Faria Lima em São Paulo – também são vítimas de criminosos.
Entre as medidas de segurança para o PIX e o TED, o BC determinou um limite de R$15 mil para as operações feitas por meio das instituições de pagamento não autorizadas pelo BC e daquelas que se conectam à Rede do Sistema Financeiro Nacional através de prestadores de serviços.
O limite de R$15 mil busca impedir repasses vultosos em uma única transação, apertando o certo contra operações criminosas.
As medidas, conforme informado pela Reuters, buscam apertar as normas para as prestadoras de serviços de tecnologia da informação (PSTIs), categoria na qual se enquadram a C&M Software e a Sinqia, companhias que foram alvo de ataques que levaram a desvios milionários de recursos neste ano.
Payroll nos EUA
O crescimento do emprego nos Estados Unidos desacelerou fortemente em agosto, enquanto a taxa de desemprego subiu para 4,3%, confirmando que o mercado de trabalho está perdendo força e reforçando a possibilidade de um corte nos juros pelo Federal Reserve (Fed) ainda este mês.
Segundo o relatório de emprego divulgado nesta sexta-feira pelo Departamento do Trabalho, foram criadas apenas 22 mil vagas fora do setor agrícola em agosto, após uma revisão para cima do número de julho, que passou para 79 mil.
Economistas consultados pela Reuters esperavam um aumento de 75 mil postos, após os 73 mil inicialmente divulgados para julho.
Historicamente, os dados preliminares de agosto costumam ser mais fracos, com revisões posteriores mostrando melhora. As estimativas variavam entre nenhum emprego criado e até 144 mil novas vagas.
O relatório veio após dados divulgados nesta semana mostrarem que, em julho, pela primeira vez desde a pandemia de Covid-19, havia mais pessoas desempregadas do que vagas disponíveis.
O ritmo de criação de empregos desacelerou, e economistas atribuem isso às tarifas de importação impostas pelo presidente Donald Trump e à repressão à imigração, que reduziu a oferta de mão de obra. A fraqueza no mercado de trabalho está concentrada principalmente na redução das contratações.
“Estamos em um mercado de trabalho com pouca movimentação, com poucas contratações e demissões. Isso significa que o crescimento do emprego que vemos é principalmente impulsionado pela criação líquida de novas empresas”, disse Ernie Tedeschi, diretor de economia do Budget Lab da Universidade Yale.
Pressão sobre o Fed
O mercado também ficou de olho nas declarações do secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, sobre o Fed. Em artigo publicado no Wall Street Journal, ele defendeu uma revisão total no BC americano, incluindo o quadro de funcionários.
“Deve haver uma revisão honesta, independente e apartidária de toda a instituição, incluindo política monetária, regulação, comunicações, quadro de funcionários e pesquisa”, escreveu Bessent.
No texto, o secretário de Trump também pediu que o Fed transfira a função de supervisão bancária para outras autoridades do governo e “reduza as distorções que provoca na economia”, inclusive por meio da compra de títulos realizada fora de momentos de crise efetiva.
Enquanto isso, a Justiça dos EUA segue analisando a demissão de Lisa Cook, diretora do Fed. Depois do anúncio feito por Trump na última semana, a economista contestou a decisão nos tribunais e solicitou permanecer no cargo até a conclusão do processo.
O caso, inédito, é interpretado como mais um passo na escalada de Trump contra o BC dos EUA, motivado por sua insatisfação com o patamar da taxa básica de juros do país.
Bolsas globais
Após a divulgação do payroll nos EUA, os principais índices de Wall Street subiram com a expectativa de cortes nos juros pelo Fed. No entanto, os temores de recessão voltaram a pesar no fechamento.
O Dow Jones Industrial Average recuou 0,48%, aos 45.401,11 pontos. O S&P 500 caiu 0,29%, aos 6.483,16 pontos, enquanto o Nasdaq Composite fechou praticamente estável, em queda de 0,03%, a 21.700,39 pontos.
Já os mercados europeus apagaram ganhos iniciais e terminaram em baixa nesta sexta-feira, pressionados por ações financeiras e de energia, com investidores cautelosos depois que dados de criação em empregos dos EUA mais brandos do que o esperado aumentaram preocupações sobre fraquezas na economia norte-americana.
No fechamento, os principais índices europeus recuaram: o STOXX 600 caiu 0,16%, o DAX da Alemanha perdeu 0,73%, o FTSE 100 do Reino Unido teve baixa de 0,09%, o CAC 40 da França teve baixa 0,31% e o FTSE MIB da Itália registra perda de 0,91%.
Na Ásia, os mercados encerram o pregão com ganhos. Apesar do avanço no dia, os índices da China ainda acumulam queda na semana, refletindo o fim de uma sequência de fortes altas.
Entre os principais índices asiáticos, o Nikkei de Tóquio subiu 1,03%, enquanto o Hang Seng de Hong Kong avançou 1,43%. Em Xangai, o SSEC teve alta de 1,24% e o CSI300, que reúne grandes empresas chinesas, cresceu 2,18%.
Outros mercados também fecharam em alta: Seul (+0,13%), Taiwan (+1,30%), Cingapura (+0,31%) e Sydney (+0,51%).
Dólar
Reuters/Lee Jae-Won/Foto de arquivo
*Com informações da agência de notícias Reuters

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