Milei anunciou pacote de medidas para tentar aumentar a circulação de dólares na economia argentina
Agustin Marcarian/Reuters
A atividade econômica da Argentina cresceu 5% em maio em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (21) pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec). Esse foi o oitavo mês seguido de avanço na base anual.
O resultado, porém, ficou abaixo da expansão de 5,8% projetada por analistas consultados pela agência de notícias Reuters.
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Segundo o relatório publicado pelo Indec, intitulado Estimador Mensal da Atividade Econômica (EMAE), a maioria dos setores econômicos teve expansão no mês. Entre eles, o setor financeiro, que saltou 25,8%, e o setor de pesca, que registrou aumento de 12,2%.
Na comparação mensal, a atividade econômica da Argentina recuou 0,1% em maio, após ter crescido 1,8% no mês anterior.
A economia argentina — a terceira maior da América Latina — vem mostrando sinais de recuperação após o presidente ultraliberal Javier Milei implementar duras medidas de austeridade. Indicadores sociais, no entanto, são desafio para o governo. (leia mais abaixo)
Avanço do PIB
O Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu 0,8% no primeiro trimestre de 2025 em relação aos três últimos meses de 2024, segundo dados do Indec divulgados em junho.
O resultado ocorreu em meio à recuperação da recessão do ano anterior. Na comparação com o primeiro trimestre de 2024, o PIB subiu 5,8%, o maior avanço desde 2022, quando a economia ainda se recuperava das perdas causadas pela pandemia de Covid-19.
Ainda assim, o índice ficou um pouco abaixo da mediana das estimativas de analistas ouvidos pela agência Reuters, que previam um crescimento de 6,1%.
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Reformas de Milei
A Argentina, que já vinha enfrentando uma forte recessão, passa por um grande ajuste econômico. Após tomar posse, em dezembro de 2023, Milei decidiu paralisar obras federais e interromper o repasse de dinheiro para os estados.
Foram retirados subsídios às tarifas de água, gás, luz, transporte público e serviços essenciais. Com isso, houve um aumento expressivo nos preços ao consumidor. Nos último ano, porém, o governo conseguiu reduzir drasticamente a inflação, cuja taxa mensal ficou em 1,6% em junho.
O país também observou uma intensificação da pobreza no primeiro semestre de 2024, com 52,9% da população nessa situação. No segundo semestre, o percentual caiu para 38,1% — um total de 11,3 milhões de pessoas. A insatisfação da população despertou protestos pelo país.
Por outro lado, o presidente conseguiu uma sequência de superávits (arrecadação maior do que gastos) e a retomada da confiança de parte dos investidores.
* Com informações da agência de notícias Reuters.
Atividade econômica da Argentina sobe 5% em maio, abaixo das expectativas
