Trump perde força na economia e aposta em segurança e imigração para manter apoio


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Antes impulsionado por questões econômicas, o índice de aprovação de Donald Trump agora é relativamente baixo nesse tema — e ele tem se apoiado em áreas onde está mais forte, como segurança pública, segurança nas fronteiras e imigração.
Preocupações com a economia e a imigração o ajudaram a chegar à Casa Branca, mas pesquisas ao longo do último ano mostram que a confiança dos americanos na forma como o presidente republicano lida com a economia está baixa — especialmente entre os independentes — e sua aprovação em relação à imigração caiu um pouco.
Atualmente, os temas mais fortes para Trump são segurança nas fronteiras e combate ao crime, embora a pesquisa mais recente da agência de notícias Associated Press e do Centro NORC de Pesquisas sobre Assuntos Públicos tenha mostrado sinais de possível fragilidade nessa última área.
Ao mesmo tempo, a aprovação geral de Trump tem se mantido relativamente estável nas pesquisas da AP-NORC desde o início de seu segundo mandato.
Neste mês, 39% dos adultos nos Estados Unidos aprovam a forma como Trump está conduzindo seu trabalho como presidente, voltando à média após uma leve alta em agosto. Um padrão semelhante foi observado em seu primeiro mandato, quando sua aprovação se manteve dentro de uma faixa estreita.
Veja os temas em que ele está mais forte e mais fraco neste segundo mandato:
Principais pontos fortes de Trump: segurança nas fronteiras e combate ao crime
Trump transformou a segurança nas fronteiras em um ponto forte de seu segundo mandato, uma mudança significativa em relação ao primeiro.
A maioria dos americanos aprova a abordagem de Trump nesse tema. Ele recebe notas mais altas nesse quesito do que na condução geral da presidência ou em outros assuntos que antes eram seus pontos fortes, como imigração e crime. Isso se tornou uma característica marcante de seu segundo mandato.
Em 2019, apenas cerca de 4 em cada 10 adultos nos EUA aprovavam sua abordagem sobre segurança nas fronteiras, período em que ele buscava financiamento para construir um muro na fronteira com o México.
Sua aprovação em relação à imigração está um pouco abaixo do início do segundo mandato, mas ainda é ligeiramente superior à sua aprovação geral.
Em março, cerca de metade dos adultos nos EUA aprovavam sua condução da imigração. Na medição mais recente, esse número caiu para 43%, apenas um pouco acima de sua aprovação geral.
Mesmo com essa leve queda, a imigração continua sendo um ponto forte — algo que não era no primeiro mandato. Durante aquele período, cerca de 4 em cada 10 adultos aprovavam sua abordagem. Já no início do segundo mandato, esse número subiu para cerca de metade.
Trump tem adotado medidas firmes para deportar imigrantes que vivem ilegalmente nos EUA, e a nova pesquisa mostra que uma parcela significativa dos americanos — cerca de metade — acredita que ele “foi longe demais” nesse objetivo, número semelhante ao registrado em abril.
Sua aprovação na área de combate ao crime também caiu um pouco, para 46%, após atingir 53% em agosto, quando ele enviou a Guarda Nacional a Washington. Ainda assim, esse índice supera sua aprovação geral e representa uma vantagem entre certos grupos, como os independentes.
Cerca de 4 em cada 10 independentes aprovam sua abordagem sobre o crime, em comparação com apenas 25% que aprovam sua presidência como um todo.
Trump está mais fraco na economia entre os independentes
A economia costuma ser um tema delicado para presidentes, e há sinais de que os americanos continuam preocupados com a situação econômica do país.
Apenas 37% dos adultos nos EUA aprovam a forma como Trump está lidando com a economia. Isso representa uma leve queda em relação a agosto, quando 43% aprovavam, mas está em linha com sua aprovação geral.
A economia é um ponto especialmente fraco para Trump entre os independentes. Apenas cerca de 2 em cada 10 independentes aprovam sua condução da economia, bem abaixo do número que aprova sua atuação em segurança nas fronteiras e crime.
No primeiro mandato, cerca de metade dos adultos nos EUA aprovavam sua gestão econômica. O auge de sua aprovação nesse tema foi no início de 2020, pouco antes da pandemia de COVID-19 provocar uma crise econômica. Sua aprovação variou durante a pandemia, e cerca de metade dos americanos aprovavam sua abordagem econômica pouco antes de ele perder a eleição presidencial de 2020.
Naquele momento, no entanto, mais americanos estavam preocupados com a pandemia do que com a economia. Sua aprovação tem sido consistentemente mais baixa no segundo mandato — quando assumiu, apenas cerca de 4 em cada 10 aprovavam sua gestão econômica.
Temas com menor aprovação entre os republicanos: comércio e saúde
Apenas cerca de 7 em cada 10 republicanos aprovam a forma como Trump conduz negociações comerciais com outros países e a área da saúde — os índices mais baixos entre sua base.
No geral, os americanos também não estão satisfeitos com sua atuação nesses temas. Apenas cerca de um terço dos adultos nos EUA aprovam sua condução das negociações comerciais ou da saúde. Esses índices têm se mantido baixos nas pesquisas da AP-NORC, mas estão em linha com sua aprovação geral. Também foram baixos durante seu primeiro mandato.
Cerca de 6 em cada 10 adultos nos EUA dizem que Trump “foi longe demais” ao impor novas tarifas a outros países. Isso inclui cerca de 9 em cada 10 democratas, aproximadamente 6 em cada 10 independentes e 3 em cada 10 republicanos. Poucos americanos — inclusive republicanos — querem que Trump vá ainda mais longe na imposição de tarifas.
Trump recebe notas mais baixas no conflito entre Israel e Palestina
Cerca de 4 em cada 10 adultos nos EUA (37%) aprovam a forma como Trump está lidando com o conflito entre israelenses e palestinos, uma leve queda em relação aos 44% que aprovavam em março.
Menos republicanos aprovam sua atuação nesse tema — 72%, contra 82% em março. Os democratas também estão menos propensos a aprovar: 9% agora, contra 14% em março.
Apesar disso, a aprovação de Trump em política externa tem se mantido estável. Cerca de 4 em cada 10 adultos nos EUA aprovam sua atuação nessa área, em linha com os dados de abril.
Trump na ONU
Reuters

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