Crédito do Trabalhador movimenta R$ 50 bilhões em seis meses; contratos antigos migram para nova plataforma

Mais de R$ 15,7 bilhões em contratos antigos de empréstimos consignados de convênio já foram migrados para a plataforma da Carteira de Trabalho Digital do Crédito do Trabalhador, divulgou o governo nesta quinta-feira (18).
Desse total, R$ 3,2 bilhões correspondem a contratos de legado renegociados com as instituições financeiras, com uma taxa de juros média de 2,65%. Os dados são referentes a até 16 de setembro, e a expectativa é que R$ 40 bilhões em contratos antigos sejam migrados até outubro.
As informações foram divulgadas pelo secretário de Políticas de Proteção ao Trabalhador, Carlos Augusto Simões Gonçalves, durante o II Seminário Nacional de Crédito Consignado, realizado no auditório do Banco Central e promovido pela Revista Justiça e Cidadania.
Expansão acelerada
Segundo o secretário, em apenas seis meses, o programa atingiu um ritmo acelerado de expansão. Até esta quarta-feira (18), mais de R$ 50 bilhões em crédito já foram contratados por mais de 5,4 milhões de trabalhadores. Atualmente, o programa conta com 122 instituições financeiras habilitadas, das quais 64 já realizam operações.
“Enquanto a taxa de juros nos empréstimos pessoais se manteve próxima a 11% ao mês, o Crédito do Trabalhador apresenta uma taxa média de 3,42% ao mês”, afirmou Carlos Augusto.
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O que é o Crédito do Trabalhador
A modalidade, também chamada de Consignado CLT, foi lançada em março e permite que trabalhadores com carteira assinada contratem empréstimos consignados com condições mais vantajosas.
Até 10% do saldo do FGTS pode ser usado como garantia.
Também entra como garantia a multa de 40% sobre o saldo do FGTS em caso de demissão sem justa causa.
As parcelas são descontadas diretamente na folha de pagamento.
O objetivo é ampliar o acesso ao crédito com juros menores. Segundo o governo, o país tem 47 milhões de trabalhadores formais que podem ser beneficiados, incluindo empregados rurais, domésticos e de microempreendedores individuais (MEI).
Comparação com outras linhas de crédito
De acordo com o Banco Central, a taxa média do consignado ao setor privado ficou em 3,02% ao mês em março. O novo crédito com garantia do FGTS deve reduzir os juros em até 40% em relação a essa média.
Na prática, isso coloca a modalidade em patamar muito mais baixo que o de outras linhas de crédito, como:
Cheque especial: mais de 7% ao mês;
Cartão de crédito rotativo: acima de 10% ao mês;
Crédito pessoal não consignado: em torno de 11% ao mês.
Expectativa do governo e dos bancos
O Ministério do Trabalho e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) estimam que a linha deve ganhar força gradualmente, à medida que trabalhadores e empresas se familiarizarem com a plataforma.
A meta é chegar a R$ 100 bilhões em contratos em três meses — e, só em seis meses, já foram movimentados R$ 50 bilhões.

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