Morango do amor ganha versões com melancia, kiwi e até pistache; tem gente faturando alto com isso


Receita ganhou verões com uvas, kiwis, mexericas, maracujá e outras frutas
Nanda Vasconcelos
O doce que invadiu os feeds de milhões de pessoas nos últimos dias virou protagonista de uma nova onda gastronômica. O morango do amor, uma versão gourmet da tradicional maçã do amor, ganhou variações com uvas, kiwis, mexericas, maracujás, melancia e até pistache.
🍓 A receita, que mistura fruta fresca, brigadeiro branco e uma calda de caramelo vermelho brilhante, virou sensação no TikTok e no Instagram. E mais do que isso: virou oportunidade de negócio.
Influenciadores e pequenos empreendedores estão aproveitando o momento para vender, ensinar e criar conteúdo.
A influenciadora Ananda Vasconcelos é um exemplo disso. Ela já publicava receitas de sobremesas, mas tudo mudou quando postou um vídeo da “uva do amor”.
O vídeo bateu quase 9 milhões de visualizações. Desde então, ela passou a testar novas frutas e sabores, sempre mostrando o passo a passo para os seguidores.
A ideia inicial era fazer algo diferente do morango do amor. Ananda começou testando, gravando, e compartilhando o resultado com os seguidores.
“Todas as frutas que eu postei, eu fiz pela primeira vez e estava vendo se dava certo”, conta a criadora de conteúdo, que já fez doce do amor com banana, maracujá, mexerica, kiwi, pistache, limão e melancia.
O resultado foi tão positivo, que agora influenciadora está planejando fazer com outras frutas. “Eu estou com outras ideias de teste e quero fazer com jaca, abacaxi, manga”, explica.
Nanda ganhou mais de 40 mil seguidores no TikTok após compartilhar as frutas do amor. A influencer destaca que o viral é positivo, e enxerga o momento como a “nova Páscoa da confeitaria”.
“Esse ano, eu acredito que ninguém faturou tanto na Páscoa por conta do preço do chocolate. Agora, com esse hype, está ajudando as confeiteiras a fazerem o caixa que não conseguiram antes”, explica.
Nanda Vasconcelos ganhou mais de 40 mil seguidores no TikTok após compartilhar as frutas do amor
Nanda Vasconcelos
Quem também viu a vida mudar foi a Júlia Carvalho dos Santos, diretora da Frutas do Amor Niterói, no Rio de Janeiro. A empresa existe desde 1995.
Antes, o foco era a maçã do amor e frutas com chocolate. Mas, com a procura pelos morangos caramelizados, elas decidiram testar a receita e deu tão certo que o faturamento triplicou.
Hoje, elas atendem cerca de 300 pessoas por dia e já investiram em novos equipamentos e contratações para dar conta da demanda. Cada unidade custa R$ 15.
“São cerca de 1 mil pessoas por dia querendo comprar [as frutas do amor], mas conseguimos atender 300 clientes por dia (…) A gente já era conhecida no bairro, mas agora tem gente vindo de outras regiões só pra experimentar”, conta Júlia, que administra o negócio junto com a irmã.
No Espírito Santo, a confeiteira Millena Moreira também entrou na onda. Em apenas duas semanas, a produção da loja dela dobrou: de 400 para 800 unidades por dia. Ela criou também passou a fazer versões com pistache, maracujá e brigadeiro de ninho, e começou a gravar vídeos ensinando outras confeiteiras a fazerem o doce. Cada unidade é vendida por R$ 16.
💭 Mas será que ainda dá tempo de entrar nessa moda? Segundo Janaína Camilo, especialista do Sebrae, sim — desde que o empreendedor seja rápido.
“Você não precisa inventar nada novo. É só aproveitar o que já está bombando. Capricha na apresentação, dá um toque seu, coloca um nome criativo e posta nas redes. Mesmo com poucos seguidores, um vídeo bem feito pode alcançar muita gente”, explica.
Ela também dá algumas dicas importantes:
📦 Comece com um estoque pequeno e vá testando a aceitação;
🎵 Use sons em alta e marque a localização para alcançar clientes da sua região;
🎥 Aposte em vídeos com o barulho crocante e o brilho da calda — isso chama atenção;
⏰ E, principalmente, não demore para agir. O que está em alta hoje pode mudar amanhã
Janaína lembra que as pessoas não compram só o doce, mas também compram a experiência. “Tem memória afetiva, tem visual bonito, tem sabor. Isso tudo conta. Por isso, dá para cobrar um pouco mais, desde que o produto entregue valor”.
A dica é usar esse momento como porta de entrada para novos clientes. Dessa forma, mesmo que moda das frutas caramelizadas passem, o negócio continua.
“Aproveite o movimento para atrair novos clientes e depois mantenha o relacionamento com qualidade, atendimento e novidades no cardápio. Dá pra transformar um modismo em algo duradouro”.
Para Ananda Vasconcelos, a febre das frutas do amor deve durar pouco e que o auge da tendência deve se encerrar em cerca de uma semana. Segundo ela, isso acontece com muitos conteúdos virais na internet, o interesse do público tende a cair rapidamente.
“As confeiteiras que eu conheço estão aproveitando esse pico para vender bastante, porque sabem que logo tudo volta ao normal. Eu só aproveitei a onda. Quando se trabalha com internet, é essencial saber surfar nessas trends”, completa a influencer.
Empreendoras de Niterói, no Rio de Janeiro, viram o faturamento triplicar após incluírem as frutas do amor no cardápio
Júlia Santos / Arquivo Pessoal
🔎 E de onde veio a ideia das frutas do amor?
A receita, que tomou as redes nos últimos dias, é uma releitura da tradicional maçã do amor, que surgiu em 1908, nos Estados Unidos.
No Brasil, a sobremesa chegou entre as décadas de 1940 e 1950, e virou figurinha carimbada em festas juninas.
Mas o morango do amor também lembra o tanghulu, um espetinho de frutas caramelizadas que existe na China desde a Dinastia Song (960-1279).
O morango do amor ganhou variações
Nanda Vasconcelos
Febre do morango do amor tem explicação? Veja o que dizem especialistas
Bolo de aniversário da filha de Virgínia e Zé Felipe teve 1,60 metro de altura
‘Pack do pezinho’: entenda fetiche por pés

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *